Na última semana a Polícia Federal (PF) solicitou cooperação internacional de cinco países para ajudar nas investigações sobre o caso do óleo bruto derramado no litoral da região Nordeste do Brasil há mais de um mês e que ainda tem consequências graves para o Meio Ambiente e população. Um navio grego é apontado nas investigações como responsável pelo derramamento do óleo, por isso o pedido internacional.
Apesar de chegarem ao local e dia provável do ocorrido, ainda não se sabem as circunstâncias do incidente. “Nós temos o local, a data e indícios suficientes de autoria. Faltam ainda detalhes das circunstâncias. A investigação está em andamento para saber se foi um vazamento ou derramamento proposital”, disse o delegado federal Agostinho Cascardo, um dos responsáveis pela investigação no Rio Grande do Norte.
O local apontado pela PF fica a pouco mais de 700 km da costa da Paraíba. “Temos imagens que mostram que no dia 28 [de julho] não tinha a mancha, e no dia 29 havia. Então ela surgiu nesse período”, diz. A embarcação Bouboulina tem capacidade para cerca de 80 mil toneladas de óleo, e o derramamento flagrado pelas imagens de satélite deve ser em quantidade bem menor que a capacidade máxima. “A investigação usou 826 imagens até chegar à imagem conclusiva. Mandamos à Marinha, que confirmou que apenas o navio grego poderia ter despejado [o óleo]”, disse.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra as empresas Lachmann Agência Marítima e Witt O´Brien´s, localizadas no centro do Rio de Janeiro, ligadas à Delta Tankers, companhia dona do navio mercante Bouboulina. O delegado informou que os mandados já foram cumpridos no Rio de Janeiro. “Uma empresa é representante comercial dessa empresa e a outra presta consultoria. Elas não são suspeitas, queremos dados para ajudar na investigação”, afirmou.
“A partir da localização da mancha inicial, cujo derramamento suspeita-se ter ocorrido entre os dias 28 e 29 de julho, foi possível identificar o único navio petroleiro que navegou pela área suspeita, por meio do uso de técnicas de geointeligência e cálculos oceanográficos regressivos”, disse a PF.
Na investigação, de acordo com a PF, ficou claro que o sistema de rastreamento da embarcação confirmou a passagem pelo ponto de origem do vazamento, após ter atracado na Venezuela. O navio suspeito, informou a Marinha, ficou detido nos Estados Unidos por quatro dias, devido a “incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo para descarga no mar”. Mas não há informação se isso ocorreu antes ou depois do vazamento. Jornal da Chapada com as informações de UOL.