A denúncia de ambientalistas sobre o descarte de petróleo cru recolhido em praias de Maraú em lixão próximo a mangue deixou o deputado estadual Marcelo Veiga (PSB) indignado. O parlamentar, vice-líder do Governo Rui Costa (PT) na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), usou a tribuna nesta terça-feira (5) para alertar a ação da prefeitura municipal do sul da Bahia. “É um absurdo, uma contaminação sem precedentes. Recebi denúncias de inúmeras pessoas da região, inclusive do ‘Guardiões do Litoral’, que atua na área e tem ajudado a limpar as praias. O petróleo cru segue sujando o litoral nordestino e causando um desequilíbrio descomunal no ecossistema marinho. Pescadores e marisqueiras estão sendo afetados com todo esse óleo, e os animais estão morrendo, enquanto o governo federal nada faz”, dispara Marcelo Veiga.
De acordo com o deputado, “é descabido” e “inapropriado” que a prefeitura de Maraú jogue o óleo recolhido em área de lixão. “Ainda mais próxima de mangue. Só está transferindo o problema. Isso é uma total falta de noção, primeiro que o lixão já é um enorme problema ambiental e segundo que existem pessoas que vivem da coleta de produtos do local”. O parlamentar diz que recebeu imagens da situação e a denúncia aponta que na área de mangue ao lado do lixão mora uma família que vive do lixo na península de Maraú. “Aqui tudo é mangue e logo a frente já fica a baía de Camamu. O descarte do material que temos recolhido incansavelmente na praia está vindo para cá. O material é tóxico e a prefeitura recebeu uma verba destinada para limpeza que não tem sido feita pela prefeitura”, aponta a denúncia do ‘Guardiões do Litoral’.
Marcelo Veiga salienta que a prefeitura ainda tenta fazer uma maquiagem para encobrir o que vem fazendo com o petróleo cru recolhido. O grupo de ambientalistas frisa que “prepostos da prefeitura enviam pessoas para filmar o trabalho dos ativistas e depois foram dizer que a prefeitura está trabalhando na coleta de lixo e dos resíduos”. A denúncia identifica que a gestão local recebeu a verba para a limpeza, mas não se sabe o que foi feito com esse recurso. “Estão descartando o material do óleo a céu aberto, sem nenhuma proteção no solo, em uma área de preservação ambiental. E as pessoas que trabalham no lixão não têm material de proteção e nem capacitação para manipular o material. Também não sabemos para onde foi parar o recurso para a prefeitura limpar as praias”, completam os denunciantes.
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