Reeleita presidente nacional do PT, com apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) cobrou que o partido melhore a comunicação. De acordo com ela, legendas de direita e extrema direita estão à frente no alcance de redes sociais. “Estamos aquém daquilo que precisamos para se comunicar com a sociedade. Se você pegar as redes de direita e extrema direita, até pelos recursos que eles têm, os robô que usam, a forma como fazem… eles acabam atingindo mais pessoas. Nós não usamos esses métodos, mas temos que reforçar nossas redes”, afirmou Gleisi, no 7º Congresso Nacional do PT, neste domingo (24).
A deputada foi reeleita com 71,5% dos votos em eleição indireta de filiados do PT para mais quatro anos na no comando da legenda. No Congresso, também foi apresentada uma resolução final para orientar a atuação política nos próximos anos. O documento apoia a possibilidade de o PT pedir o impeachment de Jair Bolsonaro caso enxergue condições para isso. “A partir da evolução das condições sociais e percepção pública sobre o caráter do governo, da correlação de forças, a direção nacional do partido, atualizando a tática para enfrentar o projeto do governo Bolsonaro, poderá vir exigir a sua saída”, diz o trecho.
Desde que foi solto, Lula fez discursos com críticas à política econômica do ministro Paulo Guedes (Economia) e à atuação do ministros da Justiça, Sergio Moro, quando era o juiz à frente da Lava Jato. O ex-presidente, contudo, se mostrou contra um impeachment de Bolsonaro, até o momento. “Tem gente que fala que precisa derrubar o Bolsonaro. Tem gente que fala em impeachment. Veja, o cidadão foi eleito. Democraticamente, aceitamos o resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de quatro anos. Mas ele foi eleito para governar para o povo brasileiro, e não para governar para os milicianos do Rio de Janeiro”, afirmou, em ato em São Bernardo do Campo, em 9 de novembro, um dia após deixar a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).
Ao encerrar o congresso, Gleisi afirmou que o partido “quer Lula presidente da República novamente”. Ela retomou a defesa da anulação da condenação de Lula no caso do tríplex do Guarujá. No início do evento, o ex-presidente defendeu a polarização política. “Aos que criticam ou temem a polarização, temos que ter a coragem de dizer: nós somos, sim, o oposto de Bolsonaro. Não dá para ficar em cima do muro ou no meio do caminho: somos e seremos oposição a esse governo de extrema-direita que gera desemprego e exige que os desempregados paguem a conta”, afirmou o petista.
Ambas as lideranças reforçaram que o PT irá lançar o maior número de candidaturas possível nas eleições de 2020, mas Gleisi afirmou aos jornalistas que o partido discute alianças e admite buscar setores do centro para defesa de pautas específicas. No Rio de Janeiro, o PT considerou apoiar Marcelo Freixo (PSOL) para prefeitura. Lula lançou o nome da deputada Benedita da Silva, mas Gleisi disse que a conversa com o PSol continua. Também há chance de o PT apoiar Manuela D’Ávila (PC do B) em Porto Alegre. As informações são do site Huffpost Brasil.