Na última quarta-feira (8), em meio à enxurrada de memes a respeito do suposto servilismo de Bolsonaro a Donald Trump, um detalhe quase passou despercebido. O presidente brasileiro acompanhou o discurso televisionado do colega americano pela GloboNews, emissora do Grupo Globo, considerado por ele um inimigo público.
A cena foi registrada por transmissão ao vivo no Facebook diretamente do gabinete presidencial no Palácio do Planalto. Durou cerca de 10 minutos. Sem querer, Bolsonaro gerou publicidade espontânea na mídia e nas redes sociais para o canal de notícias da Globo.
Uma divulgação muito bem-vinda, aliás. A emissora teve relevante queda de audiência em 2019, afetada pelo cancelamento de milhares de assinaturas de TV paga no Brasil. A GloboNews é o canal que faz mais críticas ao presidente.
Seus comentaristas de política manifestam diante das câmeras desaprovação às atitudes intempestivas e declarações polêmicas de Bolsonaro. Acontece em programas de debates como o Estúdio i, atrações de entrevistas a exemplo do Central GloboNews e em telejornais. No J10, ancorado por Heraldo Pereira e com a participação de vários jornalistas, o presidente é um alvo quase diário.
Apesar da guerra particular de Bolsonaro contra os veículos de comunicação do Grupo Globo, não há boicote oficial. Ministros e outras figuras importantes do governo dão entrevistas à Globo e à GloboNews. O próprio Bolsonaro pediu para ir ao Jornal Nacional duelar olho no olho com seu desafeto William Bonner. Por enquanto, não teve o desafio atendido. As informações são do Portal Terra.