A crise do presidente Bolsonaro (sem partido) com a imprensa brasileira está longe de acabar. E o deputado estadual Marcelinho Veiga (PSB) foi um dos políticos oposicionistas que voltou a defender a liberdade de imprensa no país e criticou os novos capítulos dessa celeuma que, para ele, não são nada animadores. É que o chefe do Executivo decidiu parar de conceder entrevista. Para Marcelinho, “isso é um modo do presidente só falar o que lhe convém”. O parlamentar ainda disse que se trata de uma tática para desviar a atenção de casos importantes.
“Bolsonaro tenta censurar a imprensa de todo jeito. Quer, porque quer, tirar a credibilidade do jornalismo para poder só falar do que ele quer, sob o ponto de vista dele. Quer que os jornalistas só ouçam o que tem a dizer, sem perguntas indigestas, para soar sempre bem para ele. É um método que o presidente dos Estados Unidos [Donald Trump] utiliza, e como bom defensor do fascismo, Bolsonaro reza na mesma cartilha. É mais um absurdo desse desgoverno”, salienta Veiga, citando o escândalo da Secretaria de Comunicação e o caso do secretário de Cultura com o vídeo com teor nazista. “Teve o escândalo e logo depois esse vídeo, é óbvio que foi para desviar a atenção. Ninguém mais fala da corrupção”.
Bolsonaro condicionou o fato de parar de dar entrevista com a retirada de um suposto processo contra ele por ataques a jornalistas. Entretanto, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) descaracterizou a fala do presidente dizendo que não existe ação alguma. O relatório ‘Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil’, que foi divulgado pela Fenaj, é que aponta que casos de ataques a repórteres e veículos de comunicação cresceram 54% em 2019 (saltaram de 135 para 208). Bolsonaro foi responsável, sozinho, por 58% do total de agressões. “Ao parar de dar entrevista, ele mostra que foge, inclusive de uma obrigação dele que é prestar contas ao povo”, completa Marcelinho. As informações são de assessoria.