A repercussão negativa envolvendo um policial militar e um jovem de black power, no último domingo (2), em Salvador, levou o governador do estado e o comandante da polícia militar da Bahia a se manifestarem com pedidos de desculpas pelo ocorrido. O comandante-geral, coronel Anselmo Brandão, em que pese a defesa que fez da tropa, disse que o comportamento truculento de um ou outro policial tem a ver com a formação individual do policial.
“São falhas humanas, gente. Aquilo ali que aconteceu com o policial, em nove meses, nós não formamos o caráter e a forma do homem ver o mundo. Se a pessoa é homofóbica, se a pessoa é racista, se adotar algum comportamento [inadequado], não é porque ele é policial, é porque ele entrou na corporação e já trazia estas questões dentro dele”, disse em entrevista ao programa Seis em Ponto, da Rádio Metrópole e repercutida pelo Jornal Atarde.
Na opinião de Anselmo Brandão “se o policial adota uma postura agressiva, é porque ele é agressivo no dia a dia. Antes de ser policial, ele era agressivo… Se quer um policial educado, vamos formar cidadãos educados, bem formados”, opinou. O comandante não descartou a possibilidade de outros casos acontecerem, mas afirmou que medidas contra esse tipo de atitude vem sendo tomadas dentro da corporação. “Esse comportamento não nos representa”, afirmou.
A ação policial que ganhou repercussão em todo o país, mostra um policial desdenhando do cabelo black power de um jovem da periferia da capital baiana: “Você pra mim é um ladrão. Você é vagabundo! Essa desgraça desse cabelo. Tire aí (o chapéu), vá! Essa desgraça aqui. Você é o quê? Você é trabalhador é, viado?”. O policial foi afastado dos trabalhos externos e o caso está sendo apurado pela corregedoria da Policia Militar da Bahia. As informações são do jornal A Tarde.