Uma mulher de 59 anos, que nasceu com o pé torto congênito, tem enfrentado uma batalha para conseguir uma cirurgia para atenuar o problema. Maria Lúcia, é dona de casa e mora no distrito de Veredinha, na zona rural do município de Seabra, na Chapada Diamantina. Há três anos ela enfrenta os 570km que separa Seabra de Salvador em busca da intervenção.
“Eu estou pedindo ajuda, porque eu estou sofrendo muito”, disse Maria Lúcia. Ela nasceu com os dois pés tortos. Em 2016, ela conseguiu doações e fez o procedimento no pé direito, em um hospital particular de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador. Após a cirurgia, a mulher conseguiu calçar um sapato pela primeira vez na vida. “Eu me sinto muito bem, feliz, porque hoje estou podendo calçar um sapato certo. Eu estou conseguindo caminhar com o meu pé para frente e agora tenho esperança de caminhar como o outro”, agradeceu a mulher.
O sonho de Maria Lúcia é passar a caminhar sem a ajuda de uma cadeira de rodas ou tamboretes. “Eu estou vindo aqui para ver se eu faço a cirurgia do outro pé, e eu consiga calçar o outro pé do meu sapato normal, com os pés todos bonitinhos, sem dores”, disse. O procedimento feito em 2016 foi comandado pelo ortopedista Leonardo Rodrigues.
“Devido a alguns problemas socioeconômicos e culturais, principalmente aqui na Bahia, chama a atenção o fato dessas pessoas não terem o tratamento durante a infância e procurarem esse tratamento na vida adulta, com deformidades grosseiras, rígidas e dolorosas. Isso torna um pouco mais complexo”. De acordo com o ortopedista, se houver uma doação feita por um hospital, ele pode fazer o procedimento no pé esquerdo de Maria Lúcia sem cobrar pela cirurgia.
“Se tiver uma doação de um hospital, que tiver disponível, com centro cirúrgico e a doação do material, com o aparelho, eu faço a cirurgia. Da minha parte não vai ser cobrado nada, da mesma forma que foi feita a do primeiro pé”, disse Leonardo Rodrigues. Os interessados em fazer a doação devem procurar o ortopedista Leonardo Rodrigues através do telefone: (71) 99907-8599.
A reportagem do G1 entrou em contato com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que disse que a cirurgia que Dona Maria precisa fazer pode ser feita pela rede pública de saúde, mas o município de Seabra precisa cadastrar a paciente na lista única, para que ela possa fazer uma consulta no hospital Manoel Vitorino, em Salvador. Depois de passar por uma avaliação, o órgão disse que a mulher seria encaminhada para a realização do procedimento.
Entretanto, Dona Maria Lúcia disse que já fez a consulta no Hospital Manoel Vitorino e foi informada que não tinha vaga e nem previsão para realizar a cirurgia. A reportagem voltou a entrar em contato com a assessoria da Sesab, para saber sobre a falta de vagas, e, até a última atualização desta reportagem, aguardava posicionamento sobre o caso. Com informações do G1.