Por Joy de Utinga*
A questão não era ‘se’, mas ‘quando’ iria chegar. Aliás, os norte-americanos já estão dizendo isso, faz muito tempo. A coincidência aqui, é que chegou no meio do carnaval (segunda-feira) e só veio a público, na quarta-feira de cinzas, pela manhã. Uma notícia bastante apropriada para o clima de fim de festa.
Tomara que não seja trágico, mas é muito cômico que vários casos apenas suspeitos tenham ficado 14 dias confinados em uma base militar e o caso confirmado, tenha ido para casa tranquilamente, praticamente despercebido e sob diversas falas atenuantes na imprensa, como se isso não fosse extremamente grave.
A China isolou cidades inteiras e uma metrópole maior que São Paulo, construiu hospitais gigantescos em dez dias, a Itália está com sérias medidas restritivas e o mundo perplexo. Nós? Ah! Como Deus, com certeza é brasileiro, nós desfilamos nas avenidas, pulamos, exageramos, para, só na quarta de cinzas informarmos que está confirmado nosso primeiro caso de ‘gripe’, talvez daquelas inerentes a qualquer carnaval.
Lembram-se da Dalila?
Tomara que seja, aqui, entre nós, apenas mais uma Dalila!
Ah! Sábado, voltaremos às avenidas com a Águia de Ouro (SP) e Viradouro (RJ). Em Salvador, vamos ‘sextar’, ou melhor ‘domingar’ até 01/03, com certeza. Isolamento para quê? Afinal, não apenas Deus, nós também somos todos brasileiros, graças a Deus!
*Joy de Utinga é natural do povoado de Amparo (Zuca), que é dividido entre os municípios de Ruy Barbosa e Boa Vista do Tupim. Ele é casado, técnico em contabilidade, graduado em Administração, ex-servidor concursado do Ministério da Saúde e Baneb, aposentado pelo Banco do Brasil e prefeito de Utinga.