O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi mais uma vez o centro das atenções por causa de informações truncadas e manipuladas sobre estar ou não com coronavírus. Nesta sexta-feira (13), depois do filho dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), confirmar que o presidente era positivo para Covid-19 e ter voltado atrás depois que a informações explodiu via Fox News (veja aqui) agora outra informação é publicada pelo site G1 de que Bolsonaro deve ser submetido a um novo teste para a detecção do novo coronavírus. A fonte dessa vez foi o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que recomendou a repetição do exame e isolamento dele.
O protocolo prevê que esse exame seja realizado em até sete dias. “Caso tenha sintomas, [pode ser feito] a qualquer momento”, disse Mandetta. “Monitora-se contatos de acordo com os sintomas. Se tiver febre etc, desloca-se à unidade de saúde”, completou, em mensagem enviada à TV Globo. O primeiro teste foi feito na última quinta-feira (12) por um laboratório particular, com base em material coletado por uma equipe do Hospital das Forças Armadas no Palácio da Alvorada, em Brasília. Nesta sexta (13), Bolsonaro anunciou em rede social que o teste tinha dado resultado negativo. Enquanto o novo exame não é realizado, Bolsonaro deve cumprir isolamento domiciliar no Alvorada, onde mora com a primeira-dama Michelle e a filha Laura.
As agendas divulgadas pelo Palácio do Planalto para sábado (14), domingo (15) e segunda (16) trazem o mesmo comunicado: “sem compromisso oficial”. Casos curiosos, no entanto, chama a atenção. Primeiro que depois de se encontrar com Bolsonaro, o prefeito de Miami Francis Suarez testa positivo para coronavírus. Segundo que a advogada do presidente também está infectada. O que é, no mínimo, curioso. O prefeito da cidade norte-americana disse ainda que seguirá as normas do departamento de saúde americano e ficará de quarentena pelos próximos 14 dias, governando remotamente. O encontro do prefeito de Miami com Bolsonaro foi na última segunda (9), num evento na Flórida, quando Suarez entregou a chave da cidade para o presidente do Brasil.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (13) pelo gestor, em entrevista ao jornal Miami Herald. Aos 42 anos, Suarez não está no grupo de risco — a doença é mais nociva a pessoas mais velhas — e disse que agora sua preocupação é em relação aos que interagiram com ele nos últimos dias. Em nota divulgada nesta sexta, o prefeito afirma que, se a pessoa não o cumprimentou ou não teve contato enquanto ele tossia ou espirrava, não há nada o que fazer agora. O secretário de Comunicação do Planalto, Fabio Wajngarten, que estava na comitiva e no evento, teve confirmado o diagnóstico de coronavírus na quinta (12), o que alarmou diversas autoridades brasileiras e americanas que tiveram contato com ele durante a visita de Bolsonaro à Flórida.
Desde quinta, após a publicação da notícia sobre Wajngarten, o senador republicano Rick Scott, que também esteve no evento de segunda, afirmou que estava se colocando em quarentena, porque havia tido contato com as pessoas da comitiva brasileira, mas não havia diagnóstico sobre seu caso. Já o senador Marco Rubio, que se encontrou com Bolsonaro em uma reunião privada no mesmo hotel, mas não participou do evento na sequência, disse que está monitorando sua situação e não iria cumprir quarentena ou fazer exames, pois não havia entrado em contato com Wajngarten.
Advogada infectada
Já a advogada da família do presidente Bolsonaro e tesoureira do ainda não criado partido ‘Aliança pelo Brasil’, Karina kufa, confirmou para o jornal Estadão que está com coronavírus (Covid-19). O dado foi também divulgado nesta sexta-feira (13). Karina é a segunda pessoa do entorno do presidente Bolsonaro com a confirmação de que foi infectada pelo vírus, depois do secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten e do prefeito de Miami Francis Suarez.
“Estou bem, com sintomas leves. Estou em confinamento desde ontem, em repouso e isolamento total”, disse Kufa à reportagem, por celular, de Brasília. Kufa é tesoureira do Aliança pelo Brasil, partido lançado pelo presidente Bolsonaro que está coletando assinaturas para sair do papel. Ela acompanhou a viagem do presidente aos Estados Unidos na semana passada. Os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, também tiveram o resultado do exame negativo para o coronavírus. Jornal da Chapada com dados do G1 e do Estadão.