*Por Joy de Utinga
Em 2019, a cada sete horas, uma mulher brasileira foi vítima de feminicídio no Brasil. Há exatos dois anos, Marielle Franco se tornou mais uma mulher brasileira a entrar nessa triste estatística. Mesmo sendo uma parlamentar (ela era vereadora em uma das principais capitais do país, o Rio de Janeiro), fez com que a violência dos homens fosse freada. O machismo não encontra limites.
A representatividade feminina nas funções de mando das empresas é ínfima; a participação das mulheres no comando dos poderes judiciário e executivo chega a ser ridícula. A parcela de representação feminina no legislativo, não chega a 15%, quando não zerada, como é o caso da nossa Câmara Municipal e de tantas outras.
A primeira e única presidenta do país foi apeada do poder e não lhe aplicaram qualquer pena, o que prova não ter cometido nenhum crime. O que estamos fazendo, além de frases, versos, flores e comemorações no dia internacional da mulher?
Delicadeza, ponderação, ternura e beleza são inquestionáveis qualidades femininas. Quando a mulher empoderada perceber a sua inteligência, a sua força e sua supremacia, inclusive quantitativa (são mais da metade e mãe da outra parcela), elas mandarão no mundo.
Foco mulheres, concorram, disputem, ocupem todos os espaços. Afinal, mesmo depois de tantos dias, meses e anos internacionais das mulheres, ainda convivemos com homens eleitos (também por mulheres, acreditem!), que acham, pensam e falam que em momentos de ‘fraqueza’, em ‘escorregões’, é que nascem as mulheres.
Quantos anos ainda teremos que esperar para trocarmos as homenagens, por vezes demagógicas, por ações, atitudes e práticas efetivamente igualitárias?
Que cheguemos, de verdade, e já, à Era da Mulher!
*Joy de Utinga é natural do povoado de Amparo (Zuca), que é dividido entre os municípios de Ruy Barbosa e Boa Vista do Tupim. Ele é casado, técnico em contabilidade, graduado em Administração, ex-servidor concursado do Ministério da Saúde e Baneb, aposentado pelo Banco do Brasil e prefeito de Utinga.