Famílias de trabalhadores rurais relataram o terror que passaram durante ataque de cinco pistoleiros armados ao acampamento do Movimento dos Sem Terra (MST), Márcio Matos, no município de Cafarnaum, na Chapada Diamantina, na madrugada da última quinta-feira (26). Segundo informações do coletivo de comunicação do movimento, o local foi reocupado por 60 famílias tem cerca de um mês.
As famílias foram surpreendidas no meio da noite, as ameaças se concentraram principalmente nas famílias dos acampados Oziel Ferreira da Silva e Hércules Rosa Brotas. Após o ocorrido, temendo por suas vidas, as pessoas saíram do local na manhã a última sexta-feira (27). Para quem não sabe, em 2011, a Fazenda Queimadas foi embargada por cultivo ilegal de maconha. Foram apreendidos e incinerados mais de 10 mil pés de maconha em três fazendas próximas. Cerca de 20 pessoas trabalhavam no plantio e na colheita.
Para Abraão Brito, articulador político do MST na região da Chapada Diamantina, os ataques que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra vem sofrendo, partem do discurso de ódio que é disseminado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que fortalece o ódio de classe dos políticos locais.
“Agora é a hora de cuidar, de zelar pelos nossos acampados os guiando e ensinando a se proteger desse vírus que começa a assolar o país. Esse deveria ser o papel que o senhor Secretário de Agricultura deveria assumir neste momento. Espalhar o medo e o terror em um cenário já abalado por preocupações e incertezas é no mínimo desumano, complementa Brito. Jornal da Chapada com dados do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia.
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