Uma mulher moradora da Bélgica, Suzanne Hoylaerts, abriu mão do respirador que seria necessário para mantê-la viva. Com 90 anos, ela pediu aos médicos que utilizassem o aparelho em um paciente mais jovem. Ela estava internada em um hospital na cidade de Lubbeek, na região de Flandres, e morreu no último dia 21 de março, vítima do novo coronavírus. De acordo com a filha da idosa, os sintomas da Covid-19 haviam começado duas semanas antes. Suzanne foi levada ao médico quando ela começou a perder o apetite e a sentir falta de ar.
“Ela teve pneumonia e foi hospitalizada no ano passado”, lembrou a mídia local “Het Laatste Nieuws”. Ao dar entrada na unidade de saúde, foi verificada que a saturação de oxigênio estava muito baixa. Em seguida, a idosa foi testada positivo para a Covid-19 e não pôde mais receber visitas da filha. No último encontro, Judith contou que a última mensagem que recebeu da mãe foi: “Você não pode chorar. Você fez tudo o que pôde. Eu tive uma vida boa”. No dia seguinte à internação, a idosa morreu. Segundo os médicos, ela recusara o uso de um ventilador.
“Não quero usar respiração artificial. Guarde-a para pacientes mais jovens. Eu já tive uma vida boa”, disse ela aos médicos. Judith lamentou o fato de não poder se despedir apropriadamente da mãe devido ao risco de comparecer ao enterro. A Bélgica registrou 828 mortes provocadas pelo novo coronavírus, mas até agora nenhuma vítima tão jovem, segundo o balanço oficial. Até esta terça-feira, havia 13.964 casos confirmados.
Menina de 12 anos morre vítima do coronavírus na Bélgica
Também na Bélgica, uma menina de 12 anos morreu por causa da Covid-19, embora a doença normalmente não afete com gravidade pacientes tão jovens. “É um fato raro que nos comove profundamente”, disse o médico Emmanuel André, porta-voz do Serviço de Saúde à agência de notícias ‘AFP’. A vítima era uma estudante de Ghent (noroeste), informou a cidade flamenga em um comunicado à imprensa, lamentando um falecimento “particularmente trágico”.
“É importante saber que ela não frequenta a escola desde 13 de março e não teve contato com sua equipe educacional desde então”, afirmou a mesma fonte. A jovem vítima aparentemente não tinha problemas de saúde antes de ser infectada com esse vírus pulmonar, de acordo com o canal público flamengo VRT. “Após três dias de febre”, sua condição “se deteriorou repentinamente”, declarou outro porta-voz das autoridades de saúde, Steven Van Gucht, a jornalistas. Com informações do jornal Extra – Editora Globo.