Os estudantes dos colégios estaduais do Campo Aloísio Damasceno de Jesus e Castelo Branco, ambos localizados no assentamento Beira Rio, zona rural do município de Boa Vista do Tupim, na Chapada Diamantina, têm se apropriado das alternativas encontradas pelos professores e gestores para manter em movimento o processo educativo. Os grupos de WhatsApp para o envio de videoaulas e de textos, entre outros conteúdos, têm sido os mais usados. Além disso, a programação da TVE é socializada para que os estudantes acompanhem pela televisão a programação educativa.
A busca dos educadores é para que os impactos do distanciamento social, por causa do coronavírus, sejam minimizados na trajetória de aprendizagem dos estudantes. A coordenadora pedagógica Thaís Pinheiro, que atua nos dois colégios, explica as estratégias adotadas, por se tratar de um contexto rural. “Nem todos os nossos estudantes dispõem de computadores ou acesso à internet em suas casas. Mas realizamos um levantamento e observamos que boa parte deles possuía alguma possibilidade de acesso e decidimos começar com o que era possível no momento. Os que não têm internet, estamos estudando a possibilidade de imprimir as atividades e entregar em mãos”, explica.
Por meio de grupos no WhatsApp, os professores enviam videoaulas e textos, entre outras atividades, e os estudantes realizam as tarefas solicitadas. “Temos um cronograma definido por área/componente curricular para cada dia da semana. Os professores dialogam e tiram dúvidas dos alunos e, também, os estudantes colaboram entre si, por meio dessa ferramenta. No caso dos estudantes que não disporem de celular, temos mães presentes nos grupos, que recebem o conteúdo e repassarem em casa para os filhos as atividades propostas”.
A estudante Adrielle Gomes, do Colégio Estadual Castelo Branco, 17, 3º ano do Ensino Médio, conta que, antes de se estabelecer o período de quarentena, e consequentemente, a paralisação das aulas presenciais na unidade, já possuía uma rotina de estudos dedicada às atividades escolares e ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
“Com a suspensão das aulas, minha rotina continuou, porém ficou mais fácil para estudar, especialmente para o Enem, devido ao maior tempo livre disponível. A coordenação pedagógica, a direção e os professores têm dado todo o suporte a nós, através do encorajamento para começarmos a fazer o pedido de inserção do ENEM. Ademais, também foi passado para nós um cronograma em que pela parte da manhã os professores nos enviam atividades on-line e, no período da tarde, foi proposto que fizéssemos algumas atividades culturais, como por exemplo assistir a programas educativos exibido na TVE ou no Canal Futura, bem como visitar um museu virtual, entre outros”, relatou.
O Josevan Melo da Silva, 17, 3º ano do Aloísio Damasceno, também fala sobre este novo momento. “O estudo on-line está sendo bom, mas sinto falta dos professores em sala de aula nos ajudando a todo momento, presencialmente. Sinto falta deles e dos colegas, de estudarmos juntos. Mas entendo que, neste momento, as atividades on-line são a melhor forma de não ficarmos parados enquanto esperamos esta pandemia passar e tudo voltar ao normal”
A estudante Joseane dos Santos Araújo, 18, 3º ano também do Aloísio Damasceno, conta que, no começo, teve suas dificuldades para estudar on-line. “Porque estava acostumada com a presença dos professores e dos colegas presencialmente. Mas consegui me adaptar e agora estou achando uma experiência muito boa, pois a qualquer hora estou tirando dúvidas dos conteúdos com os professores e os colegas sempre me procuraram para dar explicações e eu vou ensinando o que sei e, assim, todos se ajudam via celular”.
Suspensão das aulas
Em função da situação de emergência de Saúde Pública provocada pelo Coronavírus, as aulas foram suspensas em toda a Bahia por 30 dias, conforme decretos nº 19.529/2020, de 16 de março de 2020, e nº 19.542/2020, de 18 de março de 2020, do Governo do Estado. A reposição será realizada na rede estadual de ensino. As informações são de assessoria.