Por toda Bahia, camponeses e camponesas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram campanha solidária nesta sexta-feira (17) para ajudar e apoiar os baianos que estão sofrendo com a falta de alimentos em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O MST está presente nas 10 grandes regiões da Bahia: Extremo Sul, Baixo Sul, Sul, Sudoeste, São Francisco, Oeste, Chapada Diamantina, Recôncavo, Norte e Nordeste e em todas elas haverá distribuição de alimentos vindos dos acampamentos e assentamentos, a estimativa é que seja mais de 200 toneladas de produtos naturais e sem veneno.
Feijão, aipim, banana, variedades de legumes, verduras e frutas estão sendo arrecadados por todas as áreas do MST no estado, todos os alimentos são frutos do trabalho dos acampados e assentados. Os alimentos serão direcionados para orfanatos, asilos, bairros, ONGs e famílias periféricas. As ações de solidariedade fazem parte do ‘Abril Vermelho’, que é um mês de luta e resistência pelas mortes dos 21 companheiros do Eldorado dos Carajás, e a morte do companheiro Fábio Santos e Marcio Matos.
Nos municípios de Itaetê e Iramaia, as doações começaram no início da manhã. No total, cinco toneladas de alimentos foram distribuídos em cada cidade. “Devido a situação da pandemia de Coronavírus, muitas famílias estão passando necessidade. O MST se organizou em nível de estado para fazer doações das produções nós assentamentos”, disse o dirigente da Brigada Valdete Correia, Wilson Silva. Em Itaetê, os moradores do bairro Canabrava foram contemplados com as doações. Já em Iramaia, os alimentos foram doados para o Hospital Municipal da cidade.
“Geralmente nossas ações são de lutas e massivas, mas diante da conjuntura e da pandemia que assola o país, a nossa rebeldia é nossa solidariedade e contribuir para que pessoas possam se alimentar e se alimentar bem”, afirma trabalhadora. Entre todos os esforços que o MST tem feito, a solidariedade tornou-se a ação mais importante para garantir que a classe trabalhadora tenha condições de manter o isolamento social e superar a pandemia. “Em tempos de crise fugir da logica capitalista e exercitar a partilha é um ato revolucionário que os acampados e assentados da reforma agrária têm feito desde sempre”, aponta nota do MST. Com dados de assessoria. Texto atualizado às 18h da sexta-feira – 17 de abril.