O médico Gilmar Calazans, de 55 anos, veio a óbito depois de realizar tratamento com hidroxicloroquina e azitromicina para combater a Covid-19. O profissional de saúde trabalhava no internamento do Hospital Regional Costa do Cacau (HRCC) e faleceu na última segunda-feira (20). O secretário de saúde da Bahia (Sesab), Fábio Vilas Boas, confirmou a informação e disse que o médico era hipertenso e diabético e realizou o tratamento com os medicamentos por quatro dias, na própria casa, assim que testou positivo para o novo coronavírus, na última quinta-feira (16).
“Médico de 55 anos estava usando hidroxicloroquina para Covid-19. Ele era hipertenso e diabético, vinha em tratamento domiciliar há quatro dias, com a combinação hidroxicloroquina e azitromicina, com melhora clínica, já sem febre ou dispneia, quando apresentou um mal súbito. Levado por familiares, deu entrada na emergência do Hospital da Costa do Cacau em parada cardiorrespiratória. Foi submetido a manobras de reanimação por 45 minutos, permanecendo sem estabilizar o ritmo cardíaco, terminando por evoluir para o óbito”, postou o secretário em uma rede social.
Segundo especialistas, o uso de hidroxicloroquina e azitromicina tem a arritmia cardíaca como um dos prováveis efeitos colaterais. O médico foi o primeiro profissional de saúde a falecer na Bahia. No total, 157 profissionais da área foram infectados pelo coronavírus, sendo 1.645 casos confirmados com 53 mortes.
Farmacêutico em Ilhéus que liberou hidroxicloroquina para médico foi demitido
A polêmica no caso da morte do médico é que o farmacêutico que liberou a hidroxicloroquina para o profissional de saúde contaminado pelo novo coronavírus foi demitido do Hospital do Cacau. A informação foi dada pelo secretário da Sesab, Fábio Vilas-Boas, durante uma entrevista transmitida ao vivo pelo site BNews na tarde desta quarta (22).
Segundo o titular da pasta no estado, o profissional foi demitido por contrariar a regra de prescrição do medicamento fora do “uso ambulatorial”. Durante a entrevista, Vilas-Boas confirmou, também, que o médico responsável por receitar a hidroxicloroquina em nome de Gilmar foi advertido, e será aberta uma sindicância para avaliar a sua conduta.