O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, apontou em sua decisão 11 perfis que, segundo buscas feitas a partir de hashtags atacando o STF, apareceram como parte de “um mecanismo coordenado de criação e divulgação” de notícias falsas. São eles os perfis Allan dos Santos, Bernardo Kuster, Bolsonéas, Gil Diniz, Crítica Nacional, Filipe Barros, Leandro Ruschel, Left Dex, Faka, Patriotas e TeAtualizei.
“Como se vê de tudo até então apresentado, recaem sobre os indivíduos aqui identificados sérias suspeitas de que integrariam esse complexo esquema de disseminação de notícias falsas por intermédio de publicações em redes sociais, atingindo um público diário de milhões de pessoas, expondo a perigo de lesão, com suas notícias ofensivas e fraudulentas, a independência dos poderes e o Estado de Direito”, escreveu o ministro.
O inquérito analisou as relações entre esses perfis, mostrando que eles participam da disseminação de boatos uns dos outros. Uma das imagens mostra como os outros perfis repassam informação criada por um deles. Em um trecho, o laudo pericial da PF explica como operam os perfis, escondendo-se das hashtags que criam.
“Os perfis influenciadores iniciam os ataques selecionando um tema, por exemplo, o Impeachment de membros do STF. Nesta etapa inicial estes perfis não necessariamente utilizam uma hashtag para disseminar o ataque escolhido, valendo-se muitas vezes de seus seguidores (followers) para “criar” uma hashtag e impulsionar este ataque. Desta forma, os perfis influenciadores não apareceriam como criadores da hashtag que simboliza o ataque”.
Num dos casos analisados, com a hashtags #ImpeachmentGilmarMendes, os ataques foram orquestrados a partir de 7 de novembro do ano passado sem inicialmente usar a hashtag. “Em seguida, seus seguidores a compartilhar e comentar estas publicações, introduzindo a hashtag em questão. Finalmente, no dia 11 de novembro de 2019, 10 (dez) destes perfis influenciadores adotam a hashtag #ImpeachmentGilmarMendes neste mesmo dia, de forma aparentemente coordenada, impulsionando ainda mais a adoção desta hashtag por seus seguidores de forma que esta alcançasse o “Trend Topics” da rede social Twitter”. As informações são da revista Época.