Por Valter Xéu*
Além do bloqueio infame imposto pelos EUA e seus aliados que só faz penalizar o povo venezuelano, o país viu os Estados Unidos se apoderar da CITGO, empresa com mais de três mil postos de distribuição de combustíveis em solo norte americano e três refinarias. No Reino Unido, a Venezuela tentou reaver as 31 toneladas do ouro guardados no Banco Central Inglês e o banco se negou a entregar. A ideia venezuelana era negociar esse ouro no mercado internacional e assim aliviar a crise econômica imposta pelo bloqueio que provoca uma crise econômica no pais.
Países com empresas instaladas no EUA ou com reservas monetárias depositadas nos bancos em qualquer pais do mundo e que tenha ligações com bancos norte americanos, correm o risco de ficar sem os recursos lá depositados. Os EUA têm por habito penalizar com sanções países que não facilite os interesses estadunidense a exploração das suas riquezas, criam qualquer tipo de problema e confisca empresas ou recursos que o pais venha ter em solo americano. E essas sanções com congelamento pode durar décadas e assim acontece com o Irã que tem mais de 110 bilhões de dólares congelados nos EUA, penalizado por desenvolver um programa nuclear e tal atividade vai de encontro aos interesses norte americano na região do Oriente Médio.
Ao mesmo tempo que critica e penaliza o Irã, as potências ocidentais fecham os olhos para o quinto maior arsenal nuclear do planeta que é o de Israel, cujas usinas nucleares não são permitidas a visita dos técnicos da Agencia Internacional de Energia Atômica que é ligada a ONU. Israel pode. O Irã não. Com o acordo entre as potencias, o Irã abdicou e aconteceram algumas flexibilidades ainda no governo Obama, mas os mais de 110 bilhões não foram devolvidos. Com a eleição de Trump que saiu do acordo, ficou difícil para o Irã reaver o que lá tem depositado.
Mas o governo bolivariano não se intimida. Com a grave crise e algumas refinarias sem funcionar e precisando de peças de reposição que só são vendidas no exterior e o bloqueio penaliza qualquer empresa que forneça para a Venezuela, o governo bolivariano precisou da ajuda iraniana que para lá enviou cinco navios petroleiros que navegaram do Golfo Pérsico aos terminais venezuelanos com escolta russa de dois submarinos nucleares russos.
Outros navios chegarão a Venezuela em breve com escoltas que por certo desencorajara alguma interceptação de governo de qualquer país hostil ao governo de Maduro. Além de uma conversa de Putin com Trump sobre a escolta russa, Khamenei avisou que qualquer ataque aos navios a resposta iraniana seria a altura. Lembrando, que o Irã foi o único país que depois da segunda guerra mundial bombardeou uma base militar dos EUA.
*Valter Xéu é jornalista, autor do livro Cuba, Caderno de Viagens e Utopias – A Culpa é de Fidel e editor de Pátria Latina.