Em entrevista concedida ao portal UOL, nesta segunda-feira (15), o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a criticar o governo Bolsonaro por conta de sua atuação diante da pandemia do novo coronavírus. Exonerado por não concordar com a imposição do uso da cloroquina para tratar a covid-19 e por se colocar como defensor do isolamento social, Mandetta chamou a omissão de dados da doença por parte do Ministério da Saúde de “semana da maquiagem”.
“O vírus é nosso inimigo comum. Deveríamos estar organizados. A gente tentava falar uma língua só. Isso fragmentou a ponto de ter a semana da maquiagem, sem mostrar os números. É lastimável”, declarou. Na mesma entrevista, Mandetta ainda classificou como falta de respeito o fato de Jair Bolsonaro pedir para que as pessoas invadam hospitais para checar se há leitos vagos ou não.
“Essa foi uma das maiores faltas de consideração. Imagina ele lá internado e alguém dissesse para invadir o hospital, se ele acharia minimamente interessante”, disse. “É um desrespeito que gera violência. Profissionais da saúde que são os agredidos. É uma coisa tão feia, tão desagradável essa politização da doença, que fica sem nexo. Sem presente, a gente fica sem amanhã quando escuta uma especulação vinda do presidente”, completou o ex-ministro. A redação é do site da Revista Fórum.