Mesmo após ser condenado pela Justiça a cumprir uma pena de 22 anos e três meses pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio, o goleiro Bruno, que cumpre prisão em regime semiaberto desde julho de 2019, virou garoto-propaganda de um canil. As informações são do jornal O Dia. O que mais choca é que quando surgiram as primeiras notícias sobre onde estaria o corpo de Eliza, as investigações apontaram que cachorros da raça Rottweiler teriam comido a vítima.
O episódio provocou reações nas redes sociais. “Escárnio. Goleiro Bruno fazendo Publi Post para um canil mostra como esse país ri da cara das mulheres”, escreveu uma internauta. “Acho que nem as notícias do governo Bolsonaro me deixaram mais assustado do que o goleiro Bruno fazendo propaganda para um canil. É um nível de desrespeito além do que eu já vi”, observou outro.
Ao saber que Bruno é garoto-propaganda, um seguidor questionou o atleta sobre a polêmica que esse anúncio poderia causar novamente em sua vida, Bruno respondeu: “Você acredita realmente no que foi noticiado no passado? Amigo, abra a mente! Na época, foram feitos exames que comprovaram que tudo não passou de imaginação daquele noiado do meu sobrinho”.
No julgamento do goleiro no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em 3 de março de 2013, Bruno afirmou que não foi o mandante do assassinato da amante, mas disse que o corpo foi esquartejado e levado para os cães do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, também conhecido como Bola ou Neném.
“O Jorge falou comigo que o Macarrão começou a seguir um cara de moto até uma casa na região de Vespasiano e lá entregou Eliza para um rapaz chamado Neném. Lá um rapaz pediu que Macarrão amarrasse as mãos dela para frente, e deu uma gravata nela. E o Macarrão pegou e ainda chutou as pernas de Eliza. Foi o que o Jorge me falou. E que ainda tinha esquartejado o corpo dela e jogado para os cachorros comerem”, declarou o ex-jogador.
Durante as investigações, em 22 de julho de 2010, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) recolheu na casa de Bola, em Vespasiano, na Grande Belo Horizonte, dez cães da raça rottweiler e um vira lata para serem examinados por peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil.
Relembre o caso
Depois de se relacionar com Eliza Samúdio em 2009, Bruno Fernandes passa a ser pressionado pela mulher para assumir a paternidade de uma criança. No mesmo ano, ela presta queixa contra o jogador na Justiça carioca por agressão e por forçá-la a abortar. Em 9 de junho de 2010, a modelo chega ao sítio do jogador em Esmeraldas, supostamente para resolver a situação.
Após o dia 10, ela não foi mais vista. A polícia recebeu uma denúncia anônima em 24 de junho sobre o suposto assassinato, que envolveria outras oito pessoas. A Justiça decretou a prisão de Bruno, então goleiro do Flamengo, em 6 de julho.
O atleta respondeu por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, crimes cujas penas somadas variam de 14 a 36 anos de prisão. Desde então, Bruno foi condenado, cumpriu parte da pena e teve o benefício do regime domiciliar. As informações foram extraídas do site Pragmatismo Político.