A médica Cilmara Melo, natural de Salvador e residente em Jacobina, município da Chapada Norte, foi a primeira profissional que atua na região a testar a vacina experimental contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido. “É meu dever como profissional da saúde contribuir com a ciência e trazer essa segurança à população”, explica a ginecologista e sócia de uma clínica. Ela tomou a dose na última quarta-feira (22) e virou notícia na região.
Melo foi selecionada entre os profissionais da área da saúde que se voluntariaram, em todo o país, para a participar dos testes das vacinas. O ato de coragem e altruísmo da médica será fundamental para que os pesquisadores cientistas entendam o funcionamento da vacina e assim finalizar a última etapa na produção, que é a comprovação da sua eficácia. Cilmara recebeu a dose da vacina em um laboratório na capital baiana. Antes, passou por uma série de exames e avaliações do seu estado geral de saúde.
Os voluntários serão acompanhados por cientistas brasileiros e supervisão internacional por um ano, período considerado suficiente para coletar resultados que comprovem, ou não, a eficácia do imunizante. É regra, no mundo científico, que toda vacina deve, obrigatoriamente, passar por importantes fases até a sua aprovação e produção em escala: fase pré-clínica, estudos em animais e, por fim, em humanos. Só após essas fases é possível atestar se a vacina produz anticorpos, se é realmente eficaz e protege contra o vírus.
A vacina de Oxford foi produzida com a junção de proteínas do Sars-Cov-2 e o adenovírus inativado. Nesta última fase de testes a ideia é descobrir se a vacina produz uma resposta de memória imunológica nos pacientes testados. Em outras palavras, no organismo da ginecologista Cilmara Melo pode já estar circulando uma das possíveis saídas para a maior pandemia do século, que é, sem dúvida, um ato de coragem e de grande contribuição com a Ciência. Jornal da Chapada com texto base de Tamara Leal.