O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer pouco caso da pandemia do novo coronavírus (covid-19), que já provocou 91.263 mortes no Brasil. O ex-capitão alega que já teve a doença e que se curou um medicamento que não tem eficácia cientificamente comprovada, a hidroxicloroquina.
“Eu estou no grupo de risco. Agora, eu nunca negligenciei. Eu sabia que um dia ia pegar. Infelizmente, acho que quase todos vocês vão pegar um dia. Tem medo do quê? Enfrenta!”, declarou o presidente durante viagem a Bagé (RS), onde provocou aglomerações e exaltou a cloroquina.
“Lamento. Lamento as mortes. Morre gente todos os dias de uma série de causas. É a vida, é a vida. Minha esposa agora está [contaminada]. Depois de quase um mês que peguei o vírus, ela pegou”, disse ainda.
“É maneira de falar: ‘tô mofado, tô enferrujado’ (…) lamento as mortes, morre gente todo dia, de uma série de causas… é a vida” pic.twitter.com/mpP4Hs5kG3
— Samuel (@SamPancher) July 31, 2020
Apesar do presidente dizer que “morre gente todos os dias”, os números do coronavírus são assustadores quando comparados com outras doenças, como a gripe (Influenza) ou a dengue. Segundo dados do Ministério da Saúde, foram 1.109 mortes por gripe em todo o ano de 2019 e 782 por dengue no mesmo período.
A crise sanitária provocada pelo Sars-Cov-2 no Brasil já superou de longe a pandemia da gripe suína (2.146 óbitos entre abril de 2009 e janeiro de 2010) e já se aproxima do triplo do número de mortes provocadas pela gripe espanhola (35 mil entre 1918 e 1919). Com informações da Folha e redação da Revista Fórum.