A major Denice Santiago, pré-candidata à Prefeitura de Salvador pelo PT, afirmou no sábado (8), em live com o governador da Bahia, Rui Costa (PT), que Salvador precisa mudar o foco da sua gestão para atender as pessoas mais vulneráveis, sobretudo pensando em uma cidade pós-pandemia do coronavírus.
“A gente só faz isso invertendo a lógica, invertendo a prioridade de gestão dessa cidade. A gente precisa enxergar essas pessoas que precisam ser melhor cuidadas”, defendeu a idealizadora da Ronda Maria da Penha, na atividade do movimento Salvador Mãe de Todos, ao falar sobre o que pensa sobre a mobilidade urbana da capital baiana.
“Pensem em uma árvore frondosa que tem um tronco grosso. A partir do topo dessa árvore, vão sair galhos. Pense nesse tronco dessa árvore como se fossem as linhas do metrô, do VLT, do BRT. Quando chegar no topo das árvores, sairão galhos mais finos, que podem ser os ônibus, o transporte complementar. Mas existem galhos ms fininhos ainda, que vão precisar chegar até as casas dessas pessoas, em cada morro, em cada quebrada, em cada bequinho que a gente passa. E aí a gente também vai ter que pensar em transporte, ainda mais para pessoas com dificuldade de locomoção”, afirmou.
Respondendo perguntas de internautas, a major Denice e Rui Costa frisaram que “cuidar de gente é prioridade, é mais que importante, cuidar de gente é essencial” para pensar como Salvador será estruturada nos próximos, após a crise sanitária e social provocada pela covid-19.
A dupla falou de assuntos relacionados à cidade, como mobilidade, saúde, educação, cuidado com as mulheres e com a pessoa idosa. Denice, por exemplo, defendeu que “precisamos promover atenção obstétrica, neonatal, para cuidar das mulheres, na perspectiva de acolhimento dessa mulher, do atendimento psicológico principalmente daquelas que vivem nas periferias e não possuem condições para acessar esses serviços”.
Já o governador lembrou da necessidade de políticas públicas de acolhimento com idosos, que sofrem abandono da família e da sociedade, e de conscientização diante do envelhecimento da população brasileira, apontado por estudos estatísticos e demográficos.
“Esses idosos, quando são abandonados, costumam sentir muito a falta de seus entes queridos. Cabe ao poder público fazer um processo educacional para que os filhos, os netos, nunca percam o vínculo. Não é compreensível o abandono, o esquecimento. Eles cuidaram de nós, deram a vida, se dedicaram a cuidar de nós, então nada, absolutamente nada, justifica. Esse é um elemento que o poder público precisa trazer como central”, disse.
A atividade também rendeu homenagens ao ex-secretário da Cultura da Bahia e educador Jorge Portugal e ao historiador e poeta Jaime Sodré, que faleceram durante a última semana. A redação é do jornal Tribuna da Bahia.