Observando sem reação a debandada neoliberal de seu “super ministério” da Economia, Paulo Guedes fez uma declaração em tom de ameaça a Jair Bolsonaro, que segundo ele entra na “zona sombria do impeachment”, e tem alertado a aliados que não deixará o governo, mesmo com a derrocada de seu projeto de entrega do patrimônio público aos sistema financeiro e destruição de direitos.
“Os conselheiros do presidente que estão sugerindo pular a cerca e furar teto [dos gastos] e vão levar o presidente para uma zona de incerteza, uma zona sombria. Uma zona de impeachment de responsabilidade fiscal. E o presidente sabe disso e tem nos apoiado”, disse Guedes.
A declaração ocorreu após o anúncio de que os secretários de privatização, Salim Mattar, e desburocratização, Paulo Uebel, que alegaram que, em meio à pandemia que já matou mais de 100 mil pessoas no Brasil, as propostas neoliberais do governo não estão andando como gostariam.
“Hoje houve uma debandada? Hoje houve uma debandada”, disse Guedes. “Salim falou: ‘A privatização não está andando, prefiro sair’. Uebel disse: ‘A reforma administrativa não está sendo enviada, prefiro sair’. Esse é o fato, essa é a verdade”, afirmou o ministro.
“Pau da barraca”
Em declaração à coluna Painel, na edição desta quarta-feira (12) da Folha de S.Paulo, Rubem Novaes, que deixou recentemente a presidência do Banco do Brasil frustrado com a dificuldade de privatizar a instituição, afirmou que Guedes não deve pedir demissão. “PG não sai. Tem consciência de que é o pau da barraca”.
Segundo a coluna, Guedes tem relatado a pessoas próximas cansaço com o acúmulo de frustrações, pela resistência do meio político em se engajar nas mudanças propostas, mas têm dito que não é hora de sair. As informações são do site da revista Fórum.