A tentativa de invasão de um hospital de Recife por parte de grupos de religiosos fanáticos, que queriam impedir o aborto de uma menina de 10 anos inspirou um grupo de mulheres que também se mobilizou na frente do mesmo hospital para defender o direito da menor e permitir que ela pudesse realizar o aborto – como, aliás, foi autorizado pela Justiça na sexta-feira (14).
A reação partiu das integrantes do Fórum de Mulheres de Pernambuco, que conseguiram fazer com que grupos de fanáticos religiosos deixasse o local. “Essas são as pessoas que defendem a vida! Mulheres do Fórum De Mulheres de Pernambuco foram até o hospital defender a vida da menina de 10 anos que engravidou por ter sido estuprada pelo tio”, escreveu o Instituto Marielle Franco, parabenizando o grupo de mulheres pernambucanas por sua ação.
Ainda neste domingo, a militante de extrema-direita Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, divulgou na tarde deste domingo em redes sociais o nome de uma menina de 10 anos grávida após estupro e o endereço do hospital em que estava internada.
Na postagem, Sara escreveu em caixa alta o endereço da unidade de saúde, revelou o primeiro nome da criança, e usou o termo “aborteiro” para se referir ao suposto médico que realizaria o procedimento. Em seguida, pediu que seus seguidores rezassem e “colocassem os joelhos no chão”.
Para Ariel de Castro, advogado especialista em direitos da infância e juventude consultado por Universa, a divulgação é uma violação do Artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que assegura a preservação da identidade da criança, bem como uma violação do Artigo 286 do Código Penal, que proíbe incitar publicamente a prática de crime.
No final da tarde deste domingo (16), o aborto terminou sendo realizado. Segundo boletim médico, a menina passa bem e já está em recuperação. As informações são da revista Fórum e portal UOl.