A professora Camila Graciano, 31 anos, grávida de oito meses, morreu vítima da covid-19, em Anápolis, cidade a 55 quilômetros de Goiânia. A morte foi confirmada no último sábado (22), um dia depois de ter sido feito o parto de emergência. O bebê segue internado e está bem, segundo familiares. De acordo com o educador físico Daniel Hélio Ambrósio de Lima, irmão de Camila, a gravidez dela apresentava risco já que a professora era hipertensa, estava com sobrepeso e tinha diabetes gestacional.
Devido à pandemia, a jovem evitava sair de casa e tomava os cuidados necessários. No entanto, segundo Daniel, a irmã pode ter se infectado com o vírus durante um chá de fraldas surpresa preparado pelos colegas de trabalho de Camila, na reta final da gravidez. Uma das amigas de Camila que participou da surpresa estava com covid-19 e não sabia, pois ainda não apresentava sintomas da doença.
“Logo após o chá ela começou a sentir sintomas gripais e já começou a se resguardar. O obstetra dela orientou a procurar o médico, e assim ela fez. Dois dias depois, saiu a confirmação de que ela estava com covid-19. No dia seguinte, ela começou a piorar e foi tudo muito rápido”, diz Lima. Na última segunda-feira (17), uma semana depois da surpresa, Camila foi internada às pressas na Santa Casa da cidade com falta de ar e dor no peito.
Quatro dias depois, o estado de saúde de Camila se agravou e ela foi intubada e encaminhada para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Para salvar o bebê, o parto precisou ser induzido. O bebê nasceu no dia 20, prematuro de oito meses. “Foi feita uma cesariana com ela intubada. A Camila reagiu bem ao procedimento e no mesmo dia começou a melhorar. Os médicos até nos avisaram que o pulmão dela estava melhorando. Eles disseram para termos fé e ficarmos otimistas que a Camila sairia dessa. Mas, na sexta-feira à tarde, ela piorou. É como se o vírus tivesse sofrido uma mutação e tomado conta de todo o pulmão e ela não teve chance”, explica o irmão de Camila. A professora morreu na manhã de sábado.
Gestação era o sonho de Camila
Ainda segundo o irmão de Camila, a jovem sonhava em ser mãe. Ela era casada havia oito anos, o bebê era o primeiro filho do casal. “Ela queria muito ser mãe. Era a primeira gestação dela, foi um momento muito esperado por toda a família”, diz Lima.
Segundo a família, por ter nascido prematura a bebê está na UTI neonatal recebendo atendimento médico. Ainda não há previsão de alta médica. “A Helena é um pedacinho da Camila que ficou para a gente. Estamos muito ansiosos para que ela saia do hospital bem e com saúde para que possamos dar todo o amor que ela precisa”, acrescenta o educador físico.
Apaixonada por ensinar
Camila era professora de língua portuguesa e atuava na rede municipal de ensino de Anápolis. Segundo a família a professora era uma pessoa apaixonada por ensinar e era dedicada aos alunos e ao trabalho.
“Camila era uma pessoa sensacional, um ser humano ímpar. Era extremamente amável, por onde ela passou ela cativou as pessoas. Ela era dedicada em tudo, vivia em prol de Deus, da família. Era uma pessoa presente e que se preocupava com todos. Ela não é só um número, temos mães, pais, tios avós, pessoas que amavam ela”, lembra o irmão. As informações são do G1.