Cerca de 4,4 milhões de domicílios brasileiros sobreviveram, em julho, apenas com a renda do auxílio emergencial criado para socorrer quem teve a renda afetada pela pandemia do novo coronavírus. O dado consta de estudo publicado nesta quinta-feira (27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Nos domicílios mais pobres, a ajuda financeira elevou a renda a 124% do que seria o habitual da família. Já entre as pessoas que permaneceram ocupadas, ela foi suficiente para superar em 16% a perda da massa salarial.
O projeto inicial de Bolsonaro para o benefício previa apenas pagar apenas R$ 200 por três meses durante a pandemia. No Congeesso, a oposição atuou para elevar o valor. Com isso, ele ficou em R$ 600 para a maioria e em R$ 1,2 mil para alguns estratos, como mães solo. Mesmo assim, sua concessão contribuiu para aumentar a aprovação a Bolsonaro em meio à população. A 5ª Pesquisa Fórum constatou que 13,8% dos entrevistados melhoraram sua avaliação em relação ao militar reformado por causa do benefício.
Eles representam 35,8% daqueles que recebem os recursos. Devido a isso, como mostrou a pesquisa, a avaliação do presidente melhorou entre julho e agosto e agora a maior fatia da população considera seu governo ótimo ou bom. Para 37,5% dos entrevistados, o governo de Bolsonaro está ótimo ou bom -eram 33,3% em julho. Os que consideram o governo ruim ou péssimo são 35,3%, ante 39,7% do mês anterior.
Auxílio compensa perda de renda
“Pela primeira vez, desde o início da pandemia, entre os que permaneceram empregados, a renda média com o auxílio já é maior do que seria habitualmente”, disse o economista Sandro Sacchet, autor da pesquisa. Segundo o estudo, os trabalhadores receberam em julho 87% dos rendimentos habituais (4 pontos percentuais acima do mês anterior). A média ficou em R$ 2.070, contra uma renda habitual de R$ 2.377. As informações são da Revista Fórum.