A partir desta quinta-feira (3), cerca de cem agentes da Força Nacional de Segurança devem começar a agir em assentamentos rurais nas cidades de Prado e Mucuri, no sul da Bahia, por um mês. A autorização foi dada em portaria publicada nesta quarta-feira (2) no Diário Oficial da União. O local está em conflito deflagrado desde a semana passada.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) repudiou a autorização para invasão do assentamento pela Força Nacional. Ele denuncia que, na manhã da última quinta-feira (27), um carro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) chegou ao assentamento escoltado por policiais. De acordo com o movimento, esse carro trazia uma família que tem relação direta com o tráfico de drogas. Ela teria sido colocada em um dos lotes.
NO dia seguinte a essa ação, sexta-feira (28), casas do assentamento e tratores amanheceram queimados. Em um vídeo, o secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antônio Nabhan Garcia, acusa o MST pela ação criminosa e de ameaçar os colonos. O MST nega e, com informações de assentados, afirma que o crime foi cometido exatamente por essa família levada pelo Incra ao local.
Nabhan foi presidente da União Democrática Ruralista (UDR), representante dos grandes ruralistas, de 2013 a 2018. Ele sempre esteve do lado contrário de uma reforma agrária ampla e do MST. E foi colocado por Jair Bolsonaro na função exatamente de cuidar da reforma agrária.
Quadrilha atacando assentados
A entidade afirma que uma quadrilha vem atacando os assentados, sob pretexto da emissão de supostos “títulos da terra”. No entanto, segue o movimento, há por trás uma operação para extorquir e criminalizar os assentados.
Ministério da Agricultura
A versão do Ministério da Agricultura, claro, é outra. Diz que o Incra criou uma força-tarefa para “acelerar o processo de titulação” nos assentamentos de Mucuri e Prado. E que a Força Nacional de Segurança estará no local para “apoiar os servidores do Incra”. As histórias se encontram exatamente nesse ponto da emissão de título da terra. A partir daí, seguem por lados opostos. As informações são da Revista Fórum.