Ariane Senna é pré-candidata a vereadora do Partido Socialista Brasileiro (PSB) de Salvador e foi vítima, no último sábado (12), de ataque de haters bolsonaristas quando realizava uma plenária sobre Educação para 32 participantes na plataforma virtual Google Meet. Outros convidados também tiveram suas contas invadidas após o encontro. Ariane Senna também relata que no último domingo (13) tentaram derrubar sua conta do Instagram, quando recebeu a notificação.
Ela conta que tem feito plenárias para construção de sua pré-candidatura coletivamente e, nesta, contou com a participação de Vércio Gonçalves, mestre em Literatura e Cultura e Adailton Conceição, cientista social e psicólogo, além de moradores de bairros. No entanto, com a presença de todos os participantes foi exposta ao ataque de diversas contas que se identificaram como “Bonde dos Antonimous Invadindo a sua Reunião” e mostraram seus nomes individuais com ataques transfóbicos.
“A plenária foi invadida por um grupo organizado de bolsonaristas que, se utilizaram de palavrões, conteúdos pornográficos e frases do tipo ‘Bolsonaro 2022’ para acabar com a minha reunião e me difamar. Eles bloquearam a sala, inclusive, para não removermos e eles continuarem aterrorizando”, expõe. Ainda abalada com todo ocorrido, Senna relata que, mesmo diante de toda exposição, ela criou uma nova sala, com o máximo de pessoas que conseguiu, e continuou sua plenária. Ela reforça que a ocorrência desses crimes tem sido constante com mulheres, LGBTS e negros.
“Essa é uma prática que tem sido utilizada para toda uma população de Mulheres, LGBTS E Negros que se colocam a disputar no espaço político como eu. Ainda estou muito aflita. No momento, fiquei sem palavras e reação para fazer algo. Eu só conseguia parar, observar e analisar tudo o que estava acontecendo. Não dava nem para falar porque eles gritavam palavras do tipo “Feminista é meu pau”, “Ariane você é homossexual”, “Procuro uma trans para transar” e mais coisas do tipo”, desabafa a pré-candidata, que também é psicóloga, e identificou uma das contas no Instagram.
Ariane Senna destaca que, mesmo diante desta situação, conseguiu se recompor, pediu desculpas para as pessoas presentes e conduziu a plenária até o final. “Para o azar deles, a plenária deu certo, com alta participação popular e com a presença das pessoas até o final do evento. Não vou parar, a resistência continua”, reforça.
Além da pré-candidata a vereadora, outros dois participantes que estavam no evento também tiveram suas contas invadidas pelos haters, após o episódio na plenária. “Minha colega, psicóloga, me falou que teve sua sala virtual invadida e bloqueada, onde fazia o atendimento para os seus pacientes. E o outro colega, me informou que, logo após a plenária, começou a receber ligações de diversos Estados (a maioria de Brasília)”, informa Senna.
CPMI das Fake News
A deputada federal, que é relatora da CPMI das Fake News, e presidente do PSB na Bahia, Lídice da Mata, repudia e reforça que medidas serão tomadas contra este ato de transfobia e ataques nas redes sociais.
“Um absurdo. Não aceitaremos e crimes como esse não ficarão em pune. Os culpados serão responsabilizados por este ato. Os prints dessa ação criminosa de difamação e exposição da figura da nossa pré-candidata a vereadora serão encaminhados para a CPMI das Fake News”, manifestou a relatora da Comissão. As informações são de assessoria.