Afastada da filha há nove meses, uma mulher de 36 anos luta para ter a garota nos braços novamente. Segundo a mãe da criança, Fabiane Barbosa da Silva, a menina foi levada de Salvador para casa de familiares do pai, e ex-marido dela, no município de Itaetê, que fica na região da Chapada Diamantina, na Bahia. Fabiane contou que tudo aconteceu em janeiro deste ano, quando ela estava com uma cirurgia agendada e pediu para a família do ex-marido cuidar da menina, que se chama Brisa.
A criança, então, foi levada para Itaetê, onde mora uma tia paterna da garota, de identidade não revelada. A cirurgia acabou não acontecendo e, nesse período, não deixaram a menina voltar para casa. “Eu me sinto arrependida, arrependida mesmo, pelo irmão dela também, ele dá crise de choro por ficar longe dela. É muita saudade também”, disse a aposentada Fabiane Barbosa da Silva, mãe de Brisa.
Fabiane tem limitações na fala e nos movimentos por causa de um problema de saúde na infância. Ela é separada há dois anos e a guarda da filha Brisa, de 5 anos, é compartilhada. A menina mora com a mãe, mas vai para a casa do pai, que também vive na capital baiana, a cada 15 dias. “Não adianta você dizer que vem buscar Brisa. Quem vai levar sou eu. No dia que tiver marcado a audiência eu levo Brisa”, disse a tia paterna da menina, em uma ligação.
Fabiane pensou em viajar para pegar a menina, mas, com a pandemia do novo coronavírus e a interrupção do transporte municipal, não foi possível. Em março, ela foi à Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca) denunciar o caso. A mulher contou que o Conselho Tutelar foi acionado para buscar Brisa no interior, mas a tia paterna se recusou a entregá-la. Por causa desse problema, o caso foi encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).
“A última vez que eu tive na Dercca, me comunicaram que era para eu buscar como busca e apreensão. A delegada mandou a documentação, mandando a busca dela, e até agora nada”, relatou Fabiane. O MP-BA informou que o promotor de Justiça, Fernando Rogério Pessoa Vila Nova Filho, instaurou um procedimento para acompanhar o caso. O órgão disse que entrou em contato com a tia da criança e que a mesma se comprometeu entregar a menina para a mãe até o dia 25 de setembro.
De acordo com informações do promotor, foi combinado com a tia que, se o prazo não for cumprido, por dificuldades de transporte ou outros motivos, o deslocamento será realizado pelo Conselho Tutelar, que, junto com a tia, deve trazer a criança de Itaetê até Salvador. As informações foram extraídas do G1.