Sob o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com Ricardo Salles à frente do Ministério do Meio Ambiente, as queimadas no Pantanal subiram a tal ponto que, além de baterem recorde histórico, ainda superaram 60% a maior marca registrada até então. De janeiro a setembro deste ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) identificou 18.259 focos de incêndio no bioma. Até então, a maior marca alcançada nos nove primeiros meses do ano tinha sido 11.405 pontos, em 2005.
O resultado dessa tragédia ambiental aparece em números do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Eles indicam que o fogo destruiu, neste ano até 27 de setembro, 3.461 hectares, ou 23% do bioma. Das 24 unidades de Conservação do Pantanal, três foram as mais atingidas: Reserva Particular do Patrimônio Natural Arara Azul (89% do território), Parque Estadual Encontro das Águas (84,5%), e Sesc Pantanal (82%).
O estado mais afetado pelas queimadas no Pantanal foi o Mato Grosso, com 2.053 hectares queimados. O governo estadual informou que cinco perícias realizadas pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT) apontaram ação humana como causa da origem das queimadas na região.
Amazônia
Na Amazônia, a situação também é crítica. O Inpe detectou no bioma 76.030 focos de incêndio de janeiro a setembro deste ano, a maior quantidade da década e 13% superior aos do ano passado. Apesar desses números, Bolsonaro disse em seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU) que o Brasil é vítima de uma campanha de desinformação brutal sobre o problema das queimadas. E ainda atribuiu a indígenas, caboclos e ONGs a responsabilidade pelos incêndios no bioma. A redação é da Revista Fórum.