Moradores do distrito de Caeté-Açu, município de Palmeiras, na Chapada Diamantina, se reuniram com o Conselho Gestor do Vale do Capão (CGVC) para discutir e reivindicar as medidas de reabertura do turismo na região. O encontro ocorreu na última quarta-feira (30 de setembro), e parte significativa dos habitantes e comerciantes locais são contra a decisão da prefeitura em flexibilizar a quarentena e incentivar visitação de turistas. O prefeito Ricardo Guimarães (PSD) não compareceu ao encontro e, nesta sexta-feira (2), moradores criticaram a falta de resposta.
“A partir do momento que a prefeitura faz uma abertura, ela precisa estar alinhada com o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade], porque o Parque [Nacional] da Chapada permanece fechado [leia aqui]. O prefeito está forçando turismo nas trilhas de forma ilegal, ou seja, força o turista a cometer crime. Porque não há uma fiscalização ou monitoramento das trilhas no decreto dele”, afirma a direção do Conselho Gestor do Vale do Capão em contato com o Jornal da Chapada.
A proposta acompanhada pela CGVC é que o comércio local tenha abertura gradual, com intuito de movimentar a economia. Também será observado como se comporta a curva de contagio durante esse período. Se todas as reivindicações forem atendidas pela prefeitura, 30% das hospedagens (independentemente do tamanho) serão abertas, e posteriormente 50%. Os visitantes só entrarão na cidade mediante um comprovante de ‘vauch’ de pousada, reserva de ‘Airbnb’ ou liberação do dono da casa de aluguel. Caso o número de confirmados pela doença chegue a cinco, serão utilizados parâmetros para fechar novamente o comércio local e a circulação de visitantes.
Já entre as reivindicações propostas para a prefeitura implantar, existem a barreira restritiva no ‘Pau Ferro’ com suporte virtual da barreira do Capão, permitindo apenas a entrada de moradores com comprovante de residência e parentes e a permissão de entrada de turistas somente com ‘vauch’. Além disso tem a proposta de um plano de fiscalização alinhado com o CGCV com estratégia de fiscalização sanitária dos casos suspeitos, testagem periódica de pessoas da comunidade, estratégia de monitoramento dos atrativos turísticos entre outras medidas.
De acordo com o Conselho Gestor do Vale do Capão muitos pousadeiros, comerciantes, donos de ‘hostels’ e restaurantes estavam aguardando um retorno do estado sobre a reabertura do Vale do Capão. Mas, até o momento, todos estão sem respostas. A CGVC ressaltou que o prefeito e as secretarias do município não compareceram à reunião.
Jornal da Chapada