Moradores de cidades da Bahia relataram aparição de um meteoro na noite da última segunda-feira (26). Ipirá, na Bacia do Jacuípe, Itaberaba, na Chapada Diamantina, e Ituberá, no baixo sul, foram algumas das localidades que visualizaram o fenômeno. A empresa Clima ao Vivo, que possui câmeras de monitoramento climático em quase 200 cidades do Brasil, inclusive na Bahia, registrou o momento em que o meteoro passou pela atmosfera da Terra. Um morador de Ituberá contou que ocorreram trepidações na cidade durante a passagem do meteoro.
“Primeiro, sentimos um estrondo muito forte, seguido de um tremor. Estava na cozinha e os armários chacoalharam. Logo, todos estavam na rua se perguntando o que havia acontecido. Os grupos de WhatsApp lotaram de relatos de um clarão no céu, uma bola de fogo que o cortava e esse tremor forte em Ituberá e região. Cinco minutos depois já sabíamos que um objeto não identificado havia caído do céu entre o mar de Pratigi e Morro de São Paulo”, relata o produtor cultural Roberlan Araújo. Especialista da Rede Brasileira de Observação de Meteoros explica o forte barulho causado pelo meteoro e também o motivo dos tremores que foram sentidos.
“Ao que tudo indica ele atingiu as camadas mais baixas da atmosfera. Quando isso ocorre, há propagação maior do som. Isso daí, provavelmente, pode ter feito a população sentir mais. O tremor é devido ao deslocamento de ar. É uma coisa que acontece, mas é mais raro. Quando há algum evento como esse, o que há de mais perigoso, o que causa mais risco, é o deslocamento de ar. As pessoas sentem como tremor de terra, mas ele treme paredes, janelas, não a terra em si, tanto que ele não é captado pelos sismógrafos. É da mesma forma quando sentimos um caminhão pesado passando pela rua”, explicou Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e integrante da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon).
Veja a passagem do meteoro pela atmosfera registrado pela Clima Ao Vivo
Zurita destacou que apesar da situação assustar os moradores por causa do barulho e tremor, não apresenta risco. “Mesmo que sobre algum fragmento do meteoro após ele atingir as camadas da Terra é muito difícil atingir pessoa ou povoado. Esse objeto de ontem não deve ser muito grande. Ainda não calculamos a massa, mas ele não deve chegar a um metro”, conta. De acordo com o presidente, esse fenômeno apresenta características semelhantes ao registrado em 19 de outubro, que também foi visto em cidades baianas, como Curaçá e Paulo Afonso.
Quem estava em municípios de Sergipe, Paraíba, Ceará e Pernambuco também conseguiu observar o meteoro. “A gente chama de fireball, é um meteoro luminoso. É basicamente quando um fragmento de rocha espacial um pouco maior atinge a atmosfera da Terra”, explicou, na época, Marcelo Zurita, presidente da APA e integrante da Bramon. Na ocasião, o astrônomo ainda contou que o fenômeno é esporádico e, neste caso, não oferecia riscos a ninguém, até porque durante a passagem atmosférica ele se desintegrou. Jornal da Chapada com informações do G1.