O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou, através de auditoria, que 10.724 candidatos a prefeito e vereador nas eleições de 2020 receberam parcelas do auxílio emergencial de forma irregular. De acordo com o relatório apresentado no plenário do TCU na última quarta-feira (26) pelo ministro Bruno Dantas, os candidatos declararam patrimônio superior a R$300 mil. A partir do cruzamento de dados também foi possível identificar 1,320 candidatos milionários que receberam o benefício distribuído a fim de minimizar os impactos da pandemia da covid-19 nas famílias com baixa renda.
O TCU analisou declaração de bens dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Base Unificada de Pessoas, a folha de pagamentos do INSS e do Bolsa Família, e o Cadastro de Pessoas Físicas. “Causa perplexidade imaginar que alguém que tenha patrimônio dessa monta ainda assim se disponha a solicitar o recebimento de auxílio emergencial e possa vir a ser eleito e gerir a coisa pública e a vida em comunidade”, disse Dantas.
“Nós conseguimos verificar que esses candidatos, pessoas que se apresentam para as eleições, para a representação da sociedade, possuem patrimônio absolutamente incompatível com esse benefício, um benefício de R$ 600 que deveria se prestar para aliviar a fome e as dificuldades momentâneas de pessoas que abruptamente perderam o seu trabalho, a sua renda, as condições de produzir o seu sustento e o da sua família. Nós nos deparamos com um quadro absolutamente lamentável, um quadro que dá asco”, completou o relator do processo. Com informações da Folha.