O atentado que ocorreu na última quinta-feira (29), dentro da Basílica de Notre-Dame, em Nice, no sul da França, deixou três mortos. Dentre eles, está a baiana Simone Barreto, de 44 anos, que residia há 19 anos na França, segundo informações publicadas pelo G1. Simone era soteropolitana, nascida no bairro do Lobato, no subúrbio da capital baiana, e tinha nacionalidade francesa. Formada como cozinheira, Simone, no momento, estava trabalhando como cuidadora de idoso. Ela teria ido à Igreja levar uma das pessoas que cuidava, quando um homem adentrou a Basílica e começou o ataque.
O terrorista decapitou uma mulher de 60 anos, matou o sacristão da Basílica com um corte profundo no pescoço e esfaqueou Simone, que correu para um restaurante próximo, mas não resistiu aos ferimentos. O caso foi relatado, também na TV France, por um dos proprietários, Brahim Jelloule, do estabelecimento I’Unik, onde a baiana tentou socorro. Ele conta que a baiana “chegou ao restaurante toda ensanguentada, depois de atravessar a rua e ser pega pelo meu irmão e funcionários que a resgataram e levaram ao interior do estabelecimento, dizendo que havia um homem armado dentro da Igreja”.
Segundo informações, eles chegaram a entrar na Igreja mas foram ameaçados pelo terrorista que estava com uma faca na mão e saiu correndo. O suspeito, um homem de 21 anos, foi baleado pela polícia e preso logo após ser atingido. O terrorista, segundo o prefeito Christian Estrosi, de Nice, onde ocorreu o atentado, gritou algumas vezes “Allahu Akbar” (Deus é grande), antes de ser baleado. O homem, segundo informações da agência de notícias ‘France Presse’, tem origem tunisiana e há pouco tempo vivia na França.
Informações do G1 trazem depoimentos de uma amiga de Simone, onde ela fala que a cuidadora era “brincalhona, sorria por tudo e até por nada. Tinha sempre brincadeira nas conversas dela. Ela não se impedia de rir, mesmo quando estava difícil”, afirma Ivana Gomes Amorim. Ela revela ainda, que o “sonho da cuidadora era viajar o mundo com um food truck”. Ivana conta que tentou ligar para a amiga durante o dia, mas sem sucesso, desistiu, pois sabia que no horário de trabalho Simone não atendia ligações. Contudo, a família e amigos só ficaram sabendo horas depois do crime que Simone era uma das vítimas.
Conta, também, sobre o costume, o qual a baiana não tinha, de ir àquela Igreja e afirma ter sido acompanhante de idoso no momento do ataque, que ocorreu às 9h na França, 6h no horário de Brasília. Simone junto as irmãs, também frequentava o evento cultural brasileiro que acontece há 19 anos em Paris. A baiana deixou o Brasil em 1995 para participar de atividades com um grupo de dança gerido por sua irmã, na França, seus pais são falecidos e apenas uma irmã ainda mora no Lobato. Simone ainda deixa três filhos, um adolescente de 15 anos, um de 10 e uma menina de seis anos.
Itamaraty repudia ataque
Em nota oficial, o Itamaraty repudiou o ataque e lamentou a morte da baiana. “O presidente Jair Bolsonaro, em nome de toda a nação brasileira, apresenta suas profundas condolências aos familiares e amigos da cidadã assassinada em Nice, bem como aos das demais vítimas e estende sua solidariedade ao povo e Governo franceses. O Consulado-Geral de Paris presta assistência à família da cidadã brasileira vítima ao ataque terrorista”.
Outras manifestações feitas em rede social, pelo ministro da relações Exteriores, Ernesto Araújo, salienta “profundo pesar na morte da brasileira de 44 anos, mãe de três filhos, ocorrida hoje em Nice, na França”. O governador da Bahia se pronunciou, também em rede social, que está “triste e indignado. Que Deus conforte familiares e amigos de Simone e das outras vítimas desse crime bárbaro. Solidariedade à França e ao mundo que defende amor e paz, diz Rui Costa (PT).
O prefeito ACM Neto (DEM) colocou em seu perfil, em rede social a publicação que diz: “Fica a nossa imensa consternação diante desse crime bárbaro, condenado por todos os líderes mundiais, com os quais nos uniremos agora, na certeza de que um bom senso, a razão e a lucidez irão subjugar a irracionalidade, o fanatismo e a intolerância religiosa”, relata. Emmanuel Macron, presidente da França, disse que “o ataque foi um ato terrorista islâmico” e que os franceses não vão abrir mão de seus valores. A França entrou em alerta máximo de segurança. Jornal da Chapada com informações do G1.