A situação da exploração de minério de ferro na região das localidades quilombolas entre ‘Mocó’ e ‘Bocaina’, zona rural do município de Piatã, na Chapada Diamantina, continua a causar transtornos para os moradores da região. Nesta quarta-feira (4), o Jornal da Chapada recebeu uma nota de repúdio de moradores e um abaixo-assinado contra a empresa de mineração ‘Brazil Iron’, responsável pela atividade de mineração na área. As queixas são as mesmas das matérias já tratadas aqui no site: poluição do ar com pó de ferro, que pode trazer consequentes problemas de saúde, e contaminação de nascentes de rios locais.
Segundo os moradores, “a empresa não tem cumprido com as condicionantes de preservação do meio ambiente e respeito às comunidades”. A empresa tem licença para “realização de pesquisa mineral por sondagem e trincheiras, além de lavra experimental de ferro, com guia de utilização, para produção de até 300 mil toneladas anuais”, e vem trabalhando intensamente. Os moradores questionam sobre a autorização e a realização do trabalho de forma intensiva. “Com apenas uma licença de pesquisa seria necessário um ritmo de trabalho tão intenso de 24 horas por dia, sete dias na semana?”, indagam os moradores em nota.
Ainda sob preocupação da contaminação que os moradores apontam, está a presença de resíduos de ferro e fuligem que podem ser vistos a “olho nu” , prejudicando a vegetação, os corpos hídricos, as lavouras, solos e rios que abastecem as duas comunidades de ‘Bocaia’ e ‘Mocó’ e demais comunidades situadas em seu caminho para Rio de Contas, que vivem de agricultura familiar.
O documento ainda aponta registros de cerca 152 autorizações de pesquisa mineração em Piatã pela Agência Nacional de Mineração (ANM). “Só realça ainda mais a ameaça que essa e muitas outras comunidades e municípios estão enfrentando, visto que não se trata de qualquer território, mas do berço de águas que abastece boa parte do Estado da Bahia”, aponta trecho de abaixo-assinado.
Os moradores pedem a realização de audiência pública e uma criteriosa avaliação por parte do órgão licenciador, “dado o potencial poluidor que este empreendimento representa”. O documento virtual já tem mais de 300 assinaturas e é direcionado para a Agência Nacional de Mineração, ao Governo do Estado da Bahia, ao Inema e ao Ministério Público estadual. O endereço para assinar o documento e ajudar os moradores no processo é este aqui…
Jornal da Chapada
Leia também