Historiadores indicam que os primeiros coqueiros plantados em solo brasileiro foram no estado da Bahia em 1553, sendo originários das ilhas de Cabo Verde. Hoje em dia, é quase impossível pensarmos no litoral baiano sem um horizonte de coqueiros, e o mesmo ocorre no interior, mas com outra espécie de coco, o famoso licuri.
Conhecido na Bahia pelo ditado “eu sou eu, e licuri é coco pequeno”, o fruto, aos poucos, tem ganhado espaço nas mesas brasileiras, impulsionando o desenvolvimento da agricultura familiar no centro-norte do estado.
Protagonista na economia de boa parte dos municípios do semiárido baiano, na região do Piemonte da Diamantina, mais de 220 produtores de licuri integram a Coopes (Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina), criada em 2005.
Do licurizeiro aproveita-se tudo, além dos usos culinários já citados, a palha do licuri é utilizada na confecção de artesanato, como bolsas e bandejas. Ainda pouco reconhecido no cenário nacional, o fruto está progressivamente fazendo seu nome na indústria.
“O licuri é o nosso carro-chefe, a gente busca consolidá-lo no mercado no mesmo patamar das castanhas no Brasil”, explica Renata Silva, gestora da cooperativa.
Um passo importante para esse reconhecimento, foi a parceria realizada com a L’occitane Brasil, rede de cosméticos que usa o licuri para a fabricação de óleos corporais, dentre outros produtos.
Para manter a fabricação a todo vapor, agora a Coopes está trabalhando para que novas tecnologias possam ser implantadas no processo de extração do licuri, por meio do projeto Bahia Produtiva, financiado pelo governo do estado. “As mulheres nas comunidades fazem a coleta, quebram e fazem também o secamento”, conta Renata.
Ela explica que o auxílio do maquinário tem como objetivo unir as formas de trabalho, “para ter um melhor rendimento e também ajudar na questão da ergonomia, do conforto para as mulheres”. Jornal da Chapada com informações do jornal A Tarde.