Outro homem negro foi morto por um policial branco em Columbus, cidade localizada no norte dos Estados Unidos. O caso alimentou a indignação em um país que há meses vive um histórico movimento antirracista e contra a violência policial.
Andre Maurice Hill, de 47 anos, estava na garagem de uma casa na noite da última segunda-feira (21) quando foi baleado várias vezes por um policial, que foi ao local após uma chamada devido a um pequeno incidente.
As imagens da câmera portátil do policial mostram Maurice Hill caminhando em direção a ele com um celular na mão esquerda, enquanto a outra permanece oculta. Segundos depois, o oficial dispara sua arma e o civil cai.
O policial Adam Coy e seu colega esperaram vários minutos antes de se aproximar da vítima, ainda viva, que veio a falecer pouco depois. O agente Coy foi suspenso. De acordo a mídia local, já havia denúncias contra ele por uso excessivo da força.
A vítima, que estava desarmado, foi o segundo afro-americano morto pela polícia em menos de três semanas em Columbus. Casey Goodson Jr., de 23 anos, foi baleado várias vezes no dia 4 de dezembro enquanto voltava para casa depois de comprar sanduíches.
Protestos históricos
As mortes acontecem em um momento em que os Estados Unidos são marcados por protestos históricos contra a injustiça racial e a brutalidade policial, desencadeados pelo assassinato de George Floyd em maio.
Floyd, também um homem negro desarmado, foi asfixiado sob o joelho de um policial branco em Minneapolis, Minnesota. Transeuntes filmaram sua morte e o vídeo rapidamente se espalhou nas redes sociais causando muito revolta ao redor do mundo.
Na quarta-feira (23), o advogado Bem Crump, que defende várias famílias de vítmas, incluindo a de Floyd, criticou: “Mais uma vez os policiais veem um homem negro e concluem que ele é criminoso e perigoso”.
Com a morte de Maurice Hill, sobe para 96 o número de vítimas negras mortas por policiais desde Floyd, afirmou o advogado, denunciando “uma trágica sucessão de tiroteios”.
O prefeito de Columbus, Andrew Ginther, disse estar “indignado” com a morte do homem e “muito perturbado” pelo fato de nenhum dos policiais ter prestado primeiros socorros. Ele pediu a “demissão imediata” de Coy.