A prefeitura do município de Mucugê, na Chapada Diamantina, continua sendo alvo de denúncia de grupos de moradores e funcionários da região. Novas reclamações de servidores públicos apontam dois pontos importantes que envolve diretamente o prefeito Manoel Luz (PSD): o atraso de salário dos funcionários da área de Saúde e a anistia da dívida de um parente do gestor com o município de quase R$70 mil.
“Nem salários, nem 13º e nem férias proporcionais foram pagos [Natal sem dinheiro], com a ressalva de que o 13º deveria ser pago até o dia 20 de dezembro, mas não foi. Descobrimos que o recolhimento do ISS não esta sendo feito”, informa um servidor da Saúde, que não quis se identificar, em entrevista ao Jornal da Chapada.
Ainda em entrevista, o funcionário fala sobre seus direitos diante da situação. “Já foi denunciado ao Ministério Público e Ministério de Trabalho, muito injusto essa situação. Sendo que temos família e contas para pagar. Eles não se preocupam com isso. O nosso setor não parou um segundo. O hospital estava cogitando entrar em greve, mas na situação atual seria crítico”, diz inconformado o servidor ao citar a pandemia do novo coronavírus.
Anistia de dívida de parente
A outra denúncia relatada à reportagem do Jornal da Chapada trata de um decreto assinado pelo prefeito. O documento consta a “anistia da dívida do tesoureiro e primo do prefeito Manoel Luz com o município”, cerca de R$70 mil.
Segundo publicação do Diário Oficial de 21 de dezembro de 2020, o documento “reconhece a prescrição da dívida não tributária no nome de Adão Adeson Luz Freitas, hoje em R$ 69.651,67, lançada em 2000”.
Na última semana, um grupo de moradores denunciou publicações do Diário Oficial do município, que representavam doações, ou seja, legitimações fundiárias para correligionários, há poucos dias de Manoel Luz entregar o mandato em 31 de dezembro de 2020.
Logo após a denúncia ser publicada pelo Jornal da Chapada, outro decreto foi assinado e publicado pelo prefeito. Dessa vez com a anulação de todas as legitimações fundiárias legalizadas entre os dias 9, 10 e 11 de dezembro.
A reportagem procurou o prefeito Manoel Luz para esclarecimentos das situações citadas nesta matéria, mas não obteve respostas do gestor até a finalização e publicação do texto.
Jornal da Chapada