Está circulando em grupos de mensagens de caminhoneiros um vídeo antigo do presidente Jair Bolsonaro em que ele manifestava o seu apoio à greve da categoria em 2018. Apesar de ser uma classe bastante descentralizada, tem crescido a adesão a uma nova paralisação no dia 1º de fevereiro. O governo tem um grupo de trabalho, que reúne vários ministérios e está monitorando a situação.
Até o momento, segundo ministros envolvidos na discussão, a situação ainda é de “tranquilidade”, mas não pode ser menosprezada. No vídeo antigo, em que buscava se aproximar e angariar o apoio da categoria, Bolsonaro diz que os caminhoneiros precisam pressionar para que o presidente, que na ocasião era Michel Temer, arrume uma solução para as demandas.
“(Os caminhoneiros) Não têm encontrado eco no Legislativo, sobrou-lhes o Executivo que teima em se omitir. Assim sendo, apenas a paralisação prevista a partir de segunda-feira poderá forçar o presidente da República a dar uma solução para o caso”, diz Bolsonaro. “Preço do pedágio, indústria da multa, valor do frete, condições das estradas, roubos de cargas. E, agora, talvez o mais grave: preço dos combustíveis, óleo Diesel. Já muito os caminhoneiros buscam soluções para esses problemas, que na verdade interessa para todos os 200 milhões de brasileiros”, afirma.
Alguns caminhoneiros que têm defendido a paralisação reclamam da postura atual do presidente. “O governo Bolsonaro deu as costas a uma categoria que o apoiou em massa e essa é uma das revoltas da categoria”, disse à coluna o caminhoneiro autônomo Marconi França. Bolsonaro finaliza a mensagem de 2018 desejando que os caminhoneiros “alcancem realmente o objetivo que interessa para vocês”.
Negociações e multas
As negociações com os caminhoneiros para evitar a greve estão sob responsabilidade do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, mas diversas outras pastas estão acompanhando os movimentos da categoria como Casa Civil, Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ministério da Justiça e Advocacia-Geral da União (AGU).
Ministros ouvidos pela coluna afirmam que o governo não vai abrir mão de aplicação de multas para evitar que haja fechamento de rodovias. “Não vamos permitir trancamentos de pistas, vai ter multa pesada”, disse um ministro, que preferiu falar na condição de anonimato. As informações são do portal UOL.