O governo da Venezuela informou na noite desta quinta-feira (14) que irá disponibilizar oxigênio para atender os hospitais do estado do Amazonas, que vivem uma colapso em sua rede de saúde por conta das internações de Covid-19 e está sem oxigênio para tratamento dos pacientes.
A informação foi divulgada pelas redes sociais pelo ministro de Relações Exteriores do país, Jorge Arreaza. “Por instruções do presidente Nicolás Maduro, conversamos com o governador do estado do Amazonas, Wilson Lima (PSC), para disponibilizar imediatamente o oxigênio necessário para atender o contingente de saúde em Manaus. Solidariedade latino-americana acima de tudo!’, disse Arreaza.
A mensagem foi replicada pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, que agradeceu a solidariedade do nosso país vizinho. O chanceler venezuelano respondeu ao governador do Amazonas dizendo que “é sempre uma honra estender uma mão ao povo irmão do Brasil, especialmente em momentos tão complexos. Para os bolivarianos, a solidariedade é um dever”, disse Arreaza.
Com a rede de atendimento em colapso e sem oxigênio para tratamento da covid-19, o Amazonas terá de transferir parte dos seus pacientes a outros Estados. Segundo o governo local, no primeiro momento, 235 pacientes serão enviados a hospitais do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal.
Há estimativa de que até 750 pessoas tenham de deixar Manaus para serem atendidas em outros locais. Mais cedo, em entrevista à imprensa, o governador Wilson Lima (PSC) afirmou que o Amazonas vive “o momento mais crítico da pandemia, algo sem precedente”.
No ano passado, as redes de saúde e funerária do Estado já colapsaram. A crise se agravou nos últimos dias pela falta de oxigênio em unidades de saúde. Há ainda variante do novo coronavírus circulando no Estado.
Mortes por asfixia
Com a nova explosão de casos de Covid no Amazonas, o estoque de oxigênio acabou em vários hospitais de Manaus nesta quinta-feira, 14, levando pacientes internados à morte por asfixia, segundo relatos de médicos que trabalham na capital amazonense.
O Hospital Universitário Getúlio Vargas, ligado à Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ficou cerca de quatro horas sem o insumo na manhã desta quinta, o que gerou desespero entre os profissionais, segundo relatou ao jornal O Estado de S. Paulo uma médica da unidade, que não quis de identificar.
O número de sepultamentos em Manaus quintuplicou em um mês, segundo dados divulgados pela prefeitura. Na quarta-feira, 198 enterros ocorreram na capital, dos quais 87 tinham confirmação para covid-19 e sete eram de casos suspeitos. Em 13 de dezembro foram 36 óbitos, seis com resultado positivo para o vírus. Isto representa um aumento de 450%. Matéria extraída do site da Revista IstoÉ.