O ex-vice-presidente Michel Temer (MDB), em entrevista à Veja divulgada nesta sexta-feira (29), afirmou que o impeachment que tirou Dilma Rousseff da presidência foi motivado pela pressão das ruas e atestou a honestidade da ex-presidenta.
A fala se deu logo após o emedebista dizer que não enxerga motivos para o impeachment de Jair Bolsonaro e nem crime de responsabilidade por parte do presidente. Segundo Temer, Dilma teria cometido “crime institucional”, e não “penal”, e que a petista seria “de uma honestidade ímpar”.
“Ela cometeu crime no sentido institucional, com a questão das pedaladas, que levou à responsabilização política dela. Não cometeu crime no sentido penal. Às vezes se acusa a ex-presidente de uma eventual desonestidade. Convivi com ela, claro que muito decorativamente, mas devo dizer que é de uma honestidade ímpar”, declarou.
Ao falar sobre a acusação do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de que ele seria o conspirador do golpe contra Dilma, Temer disparou: “O Eduardo, coitado, não foi o autor do impedimento, e nem eu. Ele teve de levar adiante alguns pedidos de impeachment, que, ao ver dele, eram inafastáveis. Quem derrubou a ex-presidente foram os milhões que fora para a rua”.
Sincericídio
Em entrevista ao programa Roda Viva em setembro de 2019, Michel Temer cometeu sincericídio ao chamar o impeachment de Dilma Rousseff de golpe. “Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe”, disse o emedebista. Em sua explanação à época, Temer não se preocupou em usar o termo “golpe”, algo que nunca tinha feito, e ainda afirmou que tentou impedir o avanço do processo do impeachment após um telefonema do ex-presidente Lula. A redação é do site da Revista Fórum.