O presidente Jair Bolsonaro, após quase um ano incentivando o uso precoce da cloroquina contra a covid-19, admitiu na noite da última quinta-feira (4), durante sua ‘live’ semanal, que a substância pode, de fato, ser um “placebo” no tratamento da doença – isto é, não surtir efeito.
Além de não ter eficácia comprovada contra a doença do coronavírus, especialistas apontam que a substância pode, sim, trazer efeitos adversos a quem a consome, ainda mais através dos kits de “tratamento precoce” incentivados pelo governo, que misturam substâncias que não só não curam as pessoas como também podem trazer consequências mais graves.
“Alguns vão pra zombação ‘Capitão Cloroquina’, deixa de ser otário! Pode ser que lá na frente falem ‘isso é um placebo’. Tudo bem, desculpa, tchau. Pelo menos não matei ninguém”, disparou o presidente, indicando que seria aceitável gastar milhões em um medicamento, como fez o governo Bolsonaro, para depois se comprovar que ele é ineficiente.
A declaração foi dada ao lado de Antônio Barra Torres, presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão que não recomenda o uso da cloroquina contra a covid. Barra Torres, no entanto, se calou sobre a fala do presidente. A redação é do site da Revista Fórum.
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O presidente Jair Bolsonaro admitiu em live hoje que a cloroquina pode ser apenas um placebo (remédio sem efeito) no tratamento da Covid-19.
“Pelo menos não matei ninguém” pic.twitter.com/dEsZKTzvXL— Samuel Pancher (@SamPancher) February 5, 2021