O prefeito Bruno Reis (DEM) comentou o avanço do coronavírus em Salvador e disse que a cidade está próxima de chegar ao colapso do sistema de saúde, tanto na rede privada como na rede pública. Em entrevista a Geraldo Júnior nesta terça-feira (22), na estreia do ‘Sete Em Ponto’, na Rádio Metrópole, ele afirmou que a característica principal da doença mudou e passou a atingir com mais gravidade as pessoas mais jovens.
“A prefeitura já reestabeleceu os números de leitos que tinha anteriormente. O estado abriu muito mais leitos no interior. De certa forma, temos mais leitos na Bahia do que tínhamos ano passado. Estamos perto de um colapso na rede privada e na rede pública. A gente que faz a gestão das UPAs percebe isso diariamente. Os últimos dados mostram que nós regulamos um total de quase 50 pacientes e temos 29 na espera para regular. Nunca isso aconteceu isso em nenhum momento aconteceu isso na cidade na primeira onda da pandemia, que tínhamos um total de 64. Chegamos a ter na semana passada 97 em regulação ou a serem reguladas”, afirmou o prefeito.
“Pior é que também eram pessoas mais idosas, com comorbidades. Hoje estamos vendo pessoas mais jovens. Isso comprova que essa nova cepa é mais agressiva e tem sintomas mais fortes. Eu sei que muitas pessoas já perderam a paciência, muitas até o medo, mas precisamos ter consciência de que o inimigo sofreu uma mutação e se fortaleceu. Se era perigoso, passou a ser mais perigoso”, acrescentou.
Questionado sobre as medidas de enfrentamento à pandemia, Bruno Reis não descartou alternativas mais duras para frear o avanço da covid-19. Nesta segunda-feira, o prefeito desativou a terceira fase de reativação da economia da cidade, que consistia na reabertura de clubes sociais, praias, parques públicos, teatros e cinemas, entre outros espaços.
“Não sei se serão suficientes. Espero que sim. Espero que a antecipação do toque de recolher para 20h, fechamento de bares e restaurantes e as medidas setoriais dos três bairros com maior incidência na cidade, Brotas, Pituba e Itapuã, surtam efeitos, que essas decisões hoje das praias, clubes, campos e quadras, surtam efeitos e não tenhamos que desativar as outras fases, que atingiria o comércio como um todo e o setor produtivo de nossa cidade. Sabemos quantos empregos são gerados na cidade. Nosso desejo é parar por aí, mas para isso acontecer, os números precisam estabilizar e recuarem”, disse o prefeito.