A mineradora ‘Brazil Iron’, que foi alvo de denúncias de moradores das comunidades de Mocó e Bocaina, em Piatã, na Chapada Diamantina, voltou a operar nesta última semana (leia mais). Essa empresa faz uso de um equipamento sem filtro para separar o ferro de outros materiais, o que resulta na liberação de uma nuvem preta de fuligem de minério de ferro, conforme denunciam moradores das localidades afetadas.
Conforme denúncia, a poeira é dispersada sobre as residências dos moradores causando desconforto e possíveis danos à saúde. A mineradora trabalha 24h, sete dias na semana, mas nos últimos dias a empresa priorizou e intensificou os trabalhos noturnos – o que dá a entender que existem três turnos de trabalho, provavelmente com a intenção de disfarçar a poeira. Não foi o que aconteceu.
“Ao alvorecer, a nuvem escura se acumula sobre as casas, gerando sensação de terror sobre as comunidades, acrescida de diversos danos imediatos à saúde dos moradores, dentre eles, foram relatados casos de reações alérgicas, dores de cabeça, insuficiência respiratória e danos psicológicos frente ao tamanho desrespeito, falta de amparo do Poder Público e preocupação com a saúde dos familiares”, aponta um dos denunciantes.
Uma moradora que não quis se identificar relata: “a gente respira essa fumaça e esse pó mesmo porque a gente não tem para onde ir. Minha mãe e minha filha estão sofrendo muito, é difícil até para respirar. Queremos justiça! Às vezes a gente sai de casa e não vê nem a casa do vizinho, vem aquela fumaça preta tomando conta de tudo. Só mesmo Deus para tomar conta da gente”, desabafa.
A prefeitura de Piatã e o Ministério Público da Bahia (MP-BA) já foram notificados dos últimos acontecimentos, mas os moradores ainda não foram notificados sobre prazos oficiais para a resolução dos problemas. Jornal da Chapada com informações do portal MAM Nacional.