O secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, falou sobre a adoção do chamado tratamento precoce contra a Covid-19 e o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus em pacientes infectados. Em entrevista a José Eduardo no dia 23 de março, durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ele afirmou que o uso de substâncias como hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e até corticóide traz mais malefícios do que evidentemente algo de bom para quem tenta vencer a covid.
“De fato, esse problema de usar essas medicações todas sem eficácia, invermectina e todas as demais que usam, porque a ivermectina faz mal na dose que vem sendo preconizada para a Covid. Ela tem causado hepatite, necrose hepática, insuficiência e falência hepática. Algumas pessoas precisaram ser transplantadas com urgência. No Brasil, como não existe transplante em urgência, as pessoas estão morrendo por toxicididade por ivermectina. Do outro lado da balança, se tivesse algum benefício, você poderia dizer que três morreram de insuficiência hepática, mas salvou 30 mil. Mas não tem benefício nenhum”, afirmou o gestor.
Vilas-Boas também falou que as sequelas podem ser catastróficas em quem adota esses medicamentos como forma de tratar a Covid-19. “Tem outro malefício que não é mensurável, e isso a gente tem enxergado cada dia mais, que são pessoas que começam com sintomas de Covid, fazem o diagnóstico de PCR e começam a usar essas medicações todas, como azitromicina, ivermectina e algumas chegam a usar em casa corticóide. Isso tem sido um desastre. Corticóide utilizado em quem não está internado, nem com comprometimento pulmonar a ponto de precisar de oxigênio, não tem benefício”, disse.
De acordo com o secretário, já há casos de pessoas que fizeram o dito tratamento e continuam chegando nas unidades de atendimento com quadros graves. “A gente tem visto cada vez mais pessoas chegarem nas emergências e nas UPAs com a história de que vieram tomando cinco, seis, sete ou oito medicamentos, vitamina e zinco, e acabam entrando rapidamente em insuficiência respiratória, precisando ser intubadas. Existe muita prescrição feita por pessoas não-qualificadas, dando a essas pessoas de que aquele kit de tratamento precoce estaria trazendo algum benefício. As pessoas se iludem e acabam evoluindo mal. Está sendo um desastre. Grande parte das pessoas hoje que chega na emergência fez uso de tratamento precoce. Felizmente não é a maioria, mas muitos têm feito uso disso e não estão se dando bem”, declarou.
Vilas-Boas também falou do chamado tratamento profilático, que consiste em tomar ivermectina ou cloroquina semanalmente ou quinzenalmente como forma de evitar o contágio. “Essa é uma prática que também tem sido bastante comum entre as pessoas, que entendem que essa medicação não tem efeito colateral, é benéfica e mal não faz, pelo menos matando piolhos e carrapatos. Não é assim”, afirmou o secretário. “Não usem, não tem benefício nenhum. Corra de quem está lhe prescrevendo isso”, finalizou. Redação extraída do portal Metro 1.