O secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, afirmou nesta segunda-feira (5), que as primeiras doses da vacina russa contra a covid-19, Sputnik V, devem chegar ao Brasil uma semana após a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O pedido de importação dos imunizantes já foi realizado por nove governadores ao órgão regulador.
“Os governadores do Nordeste enviaram para a Anvisa uma carta solicitando autorização para importação. Esse documento legal, é preciso ser emitido a autorização pela Anvisa. O diretor-presidente da Anvisa, Almirante Barra Torres, solicitou uma reunião para amanhã com os governadores para alinhar esse processo”, revela Fábio Vilas-Boas, em entrevista ao Jornal da Manhã.
“Vamos ver o que a Anvisa vai dizer, depende dela a partir de agora, a autorização. Saindo a autorização, em uma semana a vacina está aqui no Brasil”, ressalta. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), anunciou, em março, a assinatura do contrato para aquisição de 9,7 milhões de doses da vacina contra Covid-19, no qual essa quantidade faz parte dos 37 milhões de doses acordados com o Consórcio do Nordeste.
Na ocasião, o governador explicou que as vacinas serão enviadas em quatro lotes. “Dois milhões em abril, 5 milhões em maio, 10 milhões em junho e 20 milhões em julho”. Na última quarta-feira (31), a agência tinha confirmado que recebeu parte dos documentos que faltavam o processo de pedido de uso emergencial da Sputnik V.
Embora o material já esteja sendo avaliado pelos técnicos, a Anvisa já informou que ainda há pendências. Com isso, o prazo de 7 dias para avaliar a autorização para uso emergencial permanece suspenso até a apresentação da documentação pendente. Os dados enviados à Anvisa fazem parte do novo pedido de autorização para uso emergencial da vacina do Brasil, protocolado em 26 de março.
Pendências pontuadas
Segundo a Anvisa, três itens relacionadas às “Boas Práticas de Fabricação” não constam na documentação recebida. A agência aguarda, por exemplo, um “Relatório de inspeção (da fábrica) emitido por autoridade participante do Pharmaceutical Inspection Co-operation Scheme (PIC/S)”. O PIC/S é, em tradução livre, um Esquema de Cooperação em Inspeção Farmacêutica que reúne entre seus membros as principais agências de saúde do mundo.
Além disso, a agência ainda apontou a falta de “validação de processo” de fabricação e de “gerenciamento de risco com relação à contaminação cruzada decorrente da inclusão do produto na linha”. Jornal da Chapada com informações do G1.