Em sua passagem pela Bahia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ‘xingou’ uma repórter da TV Aratu na manhã desta segunda-feira (26) durante a inauguração de um trecho da BR-101, na Bahia. A jornalista foi chamada de ‘idiota’ pelo presidente após questiona-lo a respeito de uma publicação feita por ele na qual aparece segurando um cartaz simulando um CPF com a palavra ‘cancelado’ (leia mais aqui).
O programa Que Venha o Povo (QVP), onde a jornalista Driele Veiga trabalha, transmitia ao vivo o momento em que ela foi atacada verbalmente. Ao ser questionado sobre as críticas em relação à sua postagem, o militar disparou: “A senhora não tem o que perguntar não? Deixa de ser idiota”.
O chefe do Executivo participou de uma inauguração de um trecho de 22km de uma rodovia em Feira de Santana. Em sua visita ao estado, Bolsonaro causou aglomeração, circulou ser fazer uso de uma máscara, além andar de carro com a porta aberta.
Resposta da jornalista
Em publicação no Instagram, a jornalista disse que não se sentiu ofendida pelo xingamento. “Só mostrou que estava no caminho certo. Sou jornalista e estou aqui para perguntar, por mais que a indagação incomode. Se fosse para agradar o entrevistado eu não seria jornalista e sim publicitária”, afirma Driele Veiga.
“Só para lembrar que essa não é a primeira vez que o presidente faz isso com a imprensa. A jornalista Patrícia Campos Mello foi ameaçada de morte e teve a família perseguida. Escreveu o livro ‘A Máquina do Ódio’, onde relata sobre os ataques dele aos jornalistas”, completa a repórter.
Sinjorba condena ato
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) condenou o comportamento do presidente da República. Segundo o presidente da entidade, Moacy Neves, o xingamento deferido por Bolsonaro revela nele um traço de imaturidade e autoritarismo, de alguém que não consegue conviver com a crítica, com o contraditório, a diferença e nem com a obrigação de conceder entrevistas e responder às perguntas dos jornalistas, principalmente se do outro lado estiver uma mulher.
“É comum que pessoas imaturas e políticos autoritários ajam com grosseria, falta de educação e violência quando confrontados com seus erros e irresponsabilidades, aumentando o grau de irracionalidade quando se tratar de um homem e do outro lado estiverem as mulheres”, afirma ele.
De acordo com Moacy, o presidente Bolsonaro se mostra ser despreparado para exercer o cargo público. “A maior autoridade do país não pode incentivar desrespeito aos direitos humanos e nem agir com grosseria com a imprensa, que é os olhos e a forma de comunicação entre os poderes e a sociedade”, declara.
Jornal da Chapada