Um novo caso de tortura no mesmo local onde os jovens foram mortos após o furto veio a público no último sábado (1°) através do Jornal Bahia Meio Dia, na TV Bahia. Uma adolescente de 15 anos relatou de forma anônima ter sofrido vários espancamentos em uma sessão de tortura, após ter furtado alguns produtos no supermercado Atakarejo, no bairro de Amaralina, na capital baiana.
Segundo a vítima, o caso da adolescente aconteceu ano passado, no mês de outubro, ela já havia furtado o mercado anteriormente, mas resolveu retornar com duas amigas para roubar novamente, quando foi reconhecida por um dos seguranças.
“Ele deveria o quê? Levar a gente para a delegacia, prestar ocorrência ou até mesmo entregar ao juizado, fazer algo do tipo, que eu não ia questionar, porque eu estava errada. Agora, fazer isso com um ser humano, entregar nas mãos de uns traficantes, sabendo que os traficantes podem matar, cortar a mão”, aponta a vítima.
As três amigas correram ao perceberem a presença dos traficantes, o grupo criminoso alcançou apenas a adolescente. A jovem relatou que os homens a levaram para o nordeste de Amaralina, onde efetuaram diversas agressões físicas.
Em trecho do áudio, ela contou que foi cortada e abriram o seu braço com um ferro “isso ainda me afeta muito, me dói muito, porque aconteceu comigo e eu ainda fiquei com o trauma, sabe? Fiquei um tempo com trauma, escutando vozes, achando que as pessoas iam atrás de mim” revelou.
A adolescente conseguiu escapar dos criminosos, mesmo estando muito feriada. Com medo de represálias, ela optou por não registrar a queixa do espancamento e tortura na delegacia.Eu fiquei com muito medo, porque eu era sozinha, entendeu? Eu fiquei com medo dos caras me matarem, essas coisas. Aí eu deixei para lá, entendeu?”. Imagens da jovem fotografadas pelos bandidos circularam nas redes sociais, mostrando a jovem com o braço perfurado pelo ferro com o corpo bastante ensanguentado.
Segundo o G1, a rede de supermercados Atakarejo informou por meio de nota que não compactua com qualquer ato em desacordo com a lei. E que os fatos sobre o caso dos homens mortos pelo furto da carne de charque serão investigados e conduzidos pela polícia. Jornal da Chapada com informações do G1.