Entre janeiro de 2019 e maio de 2021, o governo Jair Bolsonaro, por meio do Ministério da Saúde, desembolsou cerca de R$ 96,1 milhões à Precisa Medicamentos em compras de preservativos femininos. Intermediária do laboratório indiano Bharat Biotech, a empresa foi a responsável pelo suspeito contrato de compra superfaturada da vacina Covaxin.
Segundo reportagem no site da revista Piauí, com o valor pago pelo governo seria possível comprar cerca de 40 milhões de unidades da camisinha feminina, quase 8 milhões de preservativos a mais do que o distribuído pela Secretaria de Vigilância em Saúde desde 2019. No total, o órgão distribuiu 32,5 milhões de unidades do preservativo, que é feito em látex ou borracha nitrílica. À reportagem, o Ministério da Saúde não soube dizer se recebeu todos as camisinhas encomendadas à empresa.
Omissão
Reportagem de Amanda Rossi, no portal Uol nesta sexta-feira (25), mostra que uma planilha da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) omite nomes dos participantes de uma reunião para discussão sobre a Covaxin realizada em 20 de janeiro.
A reunião se deu entre a Precisa Medicamentos, intermediária do laboratório indiano no Brasil, e a Coordenação de Inspeção e Fiscalização Sanitária de Insumos Farmacêuticos, da Anvisa. O tema do encontro foi a “estratégia de certificação da Bharat Biotech, que produz a vacina Covaxin”.
O documento foi obtido via Lei de Acesso à Informação. Além desta reunião, apenas uma segunda, que debateu a vacina russa Sputnik, em 2 de fevereiro, tem o campo de participantes em branco.
Já em uma das quatro reuniões feitas com a Fiocruz, em 24 de fevereiro, o campo de participantes consta como “sem informações”. Em todas as outras 37 reuniões da planilha, o campo do nome dos participantes está preenchido. As informações são da revista Fórum.