O relator da CPI do Genocídio, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nesta segunda-feira (5) que pretende convocar a fisiculturista Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro, após a revelação de áudios que confirmam que Bolsonaro comandava esquema de corrupção em que funcionários fantasmas dos gabinetes dele e dos filhos Flávio e Carlos devolviam até 90% dos valores recebidos em salários para o clã.
A informação foi dada pelo senador ao jornalista Gerson Camarotti, da GloboNews. O senador afirma que quer entender se “houve espelhamento do caso das rachadinhas na gestão da pandemia por parte do governo federal”.
“Quantos coronéis há no Ministério da Saúde? No gabinete, nesse esquema da rachadinha, foi um coronel [referência à reportagem do Uol]. Quero sabre se o senador Flávio [filho de Bolsonaro] influenciou nessas nomeações. E se o vereador Carlos [também filho] teve influencia no gabinete paralelo. Por isso, quero convocar a Andrea”, detalhou.
Em uma série de reportagens publicada nesta segunda-feira (5) pelo portal Uol, a jornalista Juliana Dal Piva revela um áudio em que Andrea Valle confirma que Jair comandava o esquema das rachadinhas. Na gravação, Andréa revela que o irmão, André Siqueira Valle, foi exonerado do gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados em 2007 por não devolver “o dinheiro certo que tinha que ser devolvido”.
Andréa e André são irmãos de Ana Cristina Valle, segunda esposa de Jair e mãe de Jair Renan Bolsonaro. A CPI se debruça sobre possíveis esquemas de corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19 pelo Governo Bolsonaro. No escândalo da Covaxin, Bolsonaro teria dado aval para a aquisição do imunizante a um valor 1.000% maior que preço inicialmente anunciado pelo fabricante e não teria feito nada quando alertado de ilegalidades pelos irmãos Miranda.
Na sexta-feira, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou um inquérito contra o presidente por prevaricação. Além disso, há suspeita de negociação de propina nas negociações do Ministério da Saúde com a Davati Medical Supply por supostas 400 milhões de doses do imunizante AstraZeneca. A redação é do site da Revista Fórum.